Terceiro suicídio em Espanha no dia em que entra em vigor lei para evitar despejos
Conta-se assim o terceiro suicídio em Espanha ligado a casos de despejo. Esta sexta-feira, um indivíduo de cerca de 50 anos ter-se-á atirado da varanda de sua casa, em Córdoba, antes mesmo de os agentes terem entrado na sua habitação para procederem ao despejo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Conta-se assim o terceiro suicídio em Espanha ligado a casos de despejo. Esta sexta-feira, um indivíduo de cerca de 50 anos ter-se-á atirado da varanda de sua casa, em Córdoba, antes mesmo de os agentes terem entrado na sua habitação para procederem ao despejo.
Um grupo de activistas do movimento "parem os despejos" terão protestado esta manhã em frente a esta casa, na tentativa de evitar a expulsão, acabando por testemunhar a queda do homem.
A lei que hoje entra em vigor e que foi desenhada de forma a proteger os casos extremos em que esteja em vigor uma ordem de despejo, diz só respeito às acções que, até hoje, não tenham entrado na última fase da acção. Ou seja, as ordens de despejo que já tenham sido lançadas em Espanha até esta sexta-feira serão conduzidas de acordo com a lei normal.
Aprovada ontem em parlamento, as novas regras do despejo ditam que, durante dois anos, não poderão ser expulsas de suas casas as famílias espanholas que tenham um filho com menos de três anos, que sejam formadas por apenas um progenitor e que este tenha a seu cargo dois ou mais filhos, ou que, por exemplo, seja despejado quem não tem emprego e subsídio.
Estas regras, entre as outras também aprovadas, aplicam-se apenas a famílias com um salário conjunto de não mais do que 1597 euros.
O Governo, avança hoje o El País, está disposto a ir ainda mais longe. O ministro do Exterior (equivalente ao ministro dos Negócios Estrangeiros) afirmou hoje que os despejos são o resultado da imprudência bancária ao atribuir créditos a “quem não tem meios para enfrentar os pagamentos”.