Rocket palestiniano atinge área de Telavive sem causar vítimas
Este rocket, cujo disparo foi reivindicado pela Jihad Islâmica, não causou feridos. Mas deixou o temor de que os palestinianos de Gaza tenham armas, vindas por exemplo da Líbia, cada vez mais eficazes.
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Este rocket, cujo disparo foi reivindicado pela Jihad Islâmica, não causou feridos. Mas deixou o temor de que os palestinianos de Gaza tenham armas, vindas por exemplo da Líbia, cada vez mais eficazes.
As sirenes de alarme soaram em Telavive pela primeira vez desde a Guerra do Golfo em 1991, descreve o diário de grande circulação Yediot Ahronot no seu site.
Anteriormente, os rockets disparados eram nada mais do que tubos de metal com explosivos sem qualquer capacidade de direcção - caíam onde calhasse. Raramente chegavam sequer a Ashkelon, a cerca de 9 km de Gaza. Agora, parece que os militantes palestinianos da Faixa de Gaza conseguiram armamento melhorado com capacidade de chegar a mais de 50 quilómetros do território. Isto é algo para que os israelitas vinham a alertar, apontando primeiro o Irão e depois a Líbia como fontes das armas.
Três palestinianos a três israelitas mortosO disparo do rockets acontece na sequência de uma nova onda de violência. Ainda esta madrugada, três palestinianos morreram em Gaza, onde as Forças Armadas israelitas dão sequência ao ataque que começou na quarta-feira. A retaliação palestiniana, com rockets, matou três israelitas numa cidade a 25 quilómetros.
Para a operação, o Governo de Telavive mobilizou caças, navios de guerra e infantaria ligeira e pesada, e o que se passou no terreno foi divulgado em tempo real no Twitter pelo Exército de Israel.
O principal alvo das forças israelitas foi, durante as primeiras horas do dia, a sede do Hamas na cidade de Gaza, que já tinha sido atingida por um míssil no dia anterior, tendo morrido o chefe da ala militar deste partido islamista, Ahmed al-Jabari.
A pedido do Egipto e de outros países muçulmanos, está marcada para hoje uma reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas para discutir o que se passa nesta região do Médio Oriente, não só devido ao ataque de Israel a Gaza mas também ao início da intervenção deste país no conflito sírio. No final da semana passada, os isrelitas dispararam mísseis para o território da Síria - há 40 anos os dois países estiveram em guerra -, país com que partilham fronteira. Em Gaza, a última grande ofensiva israelita fora há quatro anos.
Um comunicado do Governo israelita, citado pelas agências noticiosas, disse que o país está "preparado para longos dias de combate". O Hamas fez saber que Telavive "abriu sobre si as portas do inferno". As duas partes estão, pois, preparadas para um conflito longo e sangrento, com Israel a prometer guerra ao movimento islamista e a dizer que Al-Jabari foi apenas o primeiro dos alvos a abater. A operação foi divulgada em directo, via Twitter, pelo ministério da Defesa israelita
Since the start of the operation yesterday, IDF forces have struck 105 terror targets in the #Gaza Strip. #Hamas
— IDF (@IDFSpokesperson) novembro 15, 2012
De acordo com as televisões Al Arabyia e BBC, a aviação israelita fez mais de 100 passagens sobre Gaza depois do míssil ter atingido a sede do Hamas, sendo os alvos preferenciais sedes, aquartelamentos e recintos para treino militar, estes no norte de Gaza. No total, tinham morrido até ao final da manhã 13 palestinianos, a maior parte deles militares mas também alguns civis (entre eles algumas crianças).
Pouco depois do ataque israelita ter início, o representante palestiniano na ONU, Riyad Mansour, disse numa reunião à porta fechada que Israel está a "vangloriar-se publicamente pela sua vontade de matar palestinianos". Num comunicado entregue no final da reunião aos jornalistas, Mansour considerou que "estão a ser cometidos crimes de guerra contra o povo palestiniano".
Já a embaixadora dos Estados Unidos da América na ONU, Susan Rice - um dos nomes mais falados para ser a próxima secretária de Estado (responsável pela diplomacia) - disse que Israel, "tal como qualquer outro país, tem o direito de se defender de ataques". Referia-se ao anuncio de Telavive de que, este ano, foram disparados para o seu território, e a partir de Gaza, 768 rockets.
A Al-Arabyia relata que centenas de palestinianos tentam apagar os fogos provocados pelos bombardeamentos e diz que há colunas de fumo negro por toda a cidade. Há gente em pânico e ouvem-se sirenes de ambulâncias.
À porta do hospital para ondeo corpo de Al-Jaabari foi levado juntaram-se manifestantes gritando "Retaliação".
"Estava deitado com o meu neto quando a parede da casa nos caiu em cima", disse Mahmoud Bana, um homem de 62 anos. "Não sabemos o que aconteceu, mas sabemos que nos esperam dias muito duros".
Notícia actualizada às 17h10 com a informação sobre o rocket palestiniano que caiu na área de Telavive. Título alterado com essa noticia