Jornal de Angola denuncia campanha contra Luanda “do poder ao mais alto nível” em Portugal

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O vice-presidente angolano é uma das altas figuras em investigação em Portugal foto: reuters

Sob o título “Jogos Perigosos”, o editorial, também disponível na edição online do jornal, reage à notícia publicada no último sábado pelo semanário Expresso sobre a abertura, pela Procuradoria-Geral da República, de um inquérito-crime por fraude fiscal e branqueamento de capitais contra três altas figuras do Estado angolano do círculo mais próximo do Presidente José Eduardo dos Santos: Manuel Vicente, vice-presidente de Angola e ex-director-geral da empresa petrolífera nacional Sonangol; o general Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República; e o general Leopoldino Nascimento “Dino”, consultor do ministro de Estado e ex-chefe de Comunicações da Presidência da República — os dois últimos referidos no editorial como “militares angolanos com o estatuto de Heróis Nacionais”.

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Sob o título “Jogos Perigosos”, o editorial, também disponível na edição online do jornal, reage à notícia publicada no último sábado pelo semanário Expresso sobre a abertura, pela Procuradoria-Geral da República, de um inquérito-crime por fraude fiscal e branqueamento de capitais contra três altas figuras do Estado angolano do círculo mais próximo do Presidente José Eduardo dos Santos: Manuel Vicente, vice-presidente de Angola e ex-director-geral da empresa petrolífera nacional Sonangol; o general Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, ministro de Estado e chefe da Casa Militar da Presidência da República; e o general Leopoldino Nascimento “Dino”, consultor do ministro de Estado e ex-chefe de Comunicações da Presidência da República — os dois últimos referidos no editorial como “militares angolanos com o estatuto de Heróis Nacionais”.

A notícia, depois retomada no PÚBLICO, explicava que o processo — embora ainda numa fase preliminar de investigação e sem que nenhum dos três visados tenha até agora sido constituído arguido — tinha sido aberto pela Procuradoria-Geral da República, que considerou, segundo fonte judicial, haver “indícios suficientes para instaurar um processo-crime” depois de feita “uma análise financeira a diversas transferências e depósitos bancários efectuados em Portugal”.

O processo começou com uma denúncia de um cidadão angolano em Portugal, à qual se seguiram depoimentos prestados, no início deste ano, pelo jornalista angolano Rafael Marques, que há muito investiga os negócios da família do Presidente.

No editorial, o Jornal de Angola diz que uma “campanha contra Angola partiu do poder ao mais alto nível”, acrescentando: “A PGR portuguesa é amplamente citada como a fonte da notícia. […] Mas como a PGR até agora ficou calada, consente o crime”. E deixa um aviso: “As relações entre Angola e Portugal são prejudicadas quando se age com tamanha deslealdade.”

Acusa ainda “Mário Soares, Pinto Balsemão e Belmiro de Azevedo e outros” porque, segundo escreve, “amplificam o palavreado criminoso de um qualquer Rafael Marques, herdeiro do estilo de Savimbi”, antes de concluir que o “banditismo político tem banca em jornais que são referência apenas por fazerem manchetes de notícias falsas ou simplesmente inventadas”.