Arquitectura: a CPAM 2012 é necessária e, fundamentalmente, democrática!
“Concentração Portuguesa de Arquitectos em Mação” de 9 a 11 de Novembro. Por acreditar na possibilidade de um futuro melhor, próspero e democrático, eu vou! (E tu?)
O que chamamos democracia começa a assemelhar-se tristemente ao pano solene que cobre a urna onde já está apodrecendo o cadáver. Reinventemos, pois, a democracia antes que seja demasiado tarde.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O que chamamos democracia começa a assemelhar-se tristemente ao pano solene que cobre a urna onde já está apodrecendo o cadáver. Reinventemos, pois, a democracia antes que seja demasiado tarde.
SARAMAGO, José, in, Diário de Notícias, 2009
Com o intuito de demonstrar publicamente o enorme desagrado manifestado e sentido, na sua grande maioria, pelos profissionais que representam e dignificam a disciplina da arquitectura, surge, como resultado de uma inquietação irreverente e de um enorme esforço conjunto de 13 jovens arquitectos*, uma convocatória nacional que se pretende que seja histórica e, desejavelmente, épica!
A Concentração Portuguesa de Arquitectos em Mação, à qual foi atribuído o acrónimo de CPAM, tem como objectivo principal denunciar, através da apresentação e da discussão de uma diversidade enorme de temáticas, todos os factores que, de um modo continuo e reprovável, vão deteriorando directa e indirectamente a arquitectura, colocando-a num estado extremamente alarmante e debilitado.
Neste sentido, como consequência da identificação desses factores ou causas, que a organização apelidou de ‘inimigos’, pretende-se que a área destinada ao debate seja transformada, democrática e metaforicamente, numa arena que possibilitará a acusação, a compreensão e, se possível, a execução de um plano de ideias ou iniciativas que visem a eliminação ou a diminuição, significativa, das condicionantes que desagradavelmente prejudicam toda a actividade adjacente à nossa profissão.
De modo a rentabilizar o reduzido e limitado tempo destinado à concentração, cada participante ou convidado terá a possibilidade de apresentar, num período máximo de dez minutos, um ‘inimigo’, preferencialmente discutível e polémico, representativo do actual contexto lamentável e angustiante que nos envolve. Por conseguinte, o mesmo deverá ser fundamentado num conjunto de convicções que, caracterizadas por um elevado espirito crítico, pró-activo e participativo, vão possibilitar compreender, justificada e racionalmente, a posição de cada interveniente perante algo que o próprio irá classificar como indesejável, preocupante ou prejudicial.
Independentemente do interesse ou da pertinência do tema apresentado, o fundamental será, sob um ponto de vista pessoal, esclarecer, através de um esforço colectivo definido por uma variedade de contribuições individuais, quais os problemas que detêm maior relevância ou influência na degradação da disciplina, de forma a possibilitar a obtenção de conclusões e, principalmente, soluções criativas e eficientes que possam, futuramente, resolver alguns dos problemas identificados.
Todavia, para que tudo isto seja possível, é necessário contrariar, profundamente, todo o conformismo ou toda a passividade e indiferença que muitas vezes nos caracteriza enquanto povo e cidadãos, apelando, de um modo incansável, por uma grande adesão repleta de esperança e optimismo em relação ao futuro que, aparente e incompreensivelmente, alguns demonstram querer hipotecar.
Por acreditar na possibilidade de um futuro melhor, próspero e democrático, eu vou! (E tu?)