Designer cria aparelho que gere consumos domésticos

O EGA, idealizado por Mafalda Rocha, permite a gestão dos consumos de electricidade, gás e água, através da cor. O utilizador pode estabelecer metas financeiras semanais ou mensais e é avisado quando chega perto do limite

Fotogaleria

Podia ser uma embalagem na prateleira de uma qualquer farmácia ou perfumaria mas é, na verdade, um dispositivo de uso doméstico com propósitos ambientais criado pela designer Mafalda Rocha. Através da programação deste pequeno aparelho, o utilizador pode definir metas financeiras de consumo de água, luz e gás por semana ou mês. Graças a um interface, é possível ainda monitorizar e visualizar o consumo corrente com o recurso a cores, que vão “enchendo” o tubo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Podia ser uma embalagem na prateleira de uma qualquer farmácia ou perfumaria mas é, na verdade, um dispositivo de uso doméstico com propósitos ambientais criado pela designer Mafalda Rocha. Através da programação deste pequeno aparelho, o utilizador pode definir metas financeiras de consumo de água, luz e gás por semana ou mês. Graças a um interface, é possível ainda monitorizar e visualizar o consumo corrente com o recurso a cores, que vão “enchendo” o tubo.

Caso o consumo seja de água, o aparelho enche-se de azul. Se for gás, a cor é magenta e no caso da electricidade, amarelo. “Ao definirmos a meta de qualquer um dos recursos, ele tem uma linha de média”, explica a jovem de 27 anos ao P3. Se estivermos na nossa média estabelecida, esta linha mantém-se verde. Mas se a formos ultrapassando, a linha vai ficando vermelha e o aparelho também vai mudando de cor, escurecendo. “Quando está todo preto significa que já ultrapassámos o nosso limite”, diz.

Mafalda quis apresentar o consumo dos três recursos num mesmo dispositivo “mas independentes, para haver uma maior interactividade”. A ideia por detrás deste projecto é simples: “a informação é o mais importante para mudar os hábitos de consumo”.

Foto
Quando o aparelho fica todo preto é sinal de que já foi ultrapassado o limite de consumos

O EGA — referência que quis fazer ao melhor amigo de Carlos da Maia, d’ “Os Maias” — é visto pela designer “como um amigo, um companheiro” e não tanto como um “patrão a quem tem de se prestar contas”. Conseguir uma maior consciencialização das pessoas relativamente à energia é o principal objectivo.

“Gostaria muito que pudesse ser desenvolvido, mas não acredito”, confessa Mafalda. Só quando as redes inteligentes de energia, gás e água estiverem implementada por toda a Europa é que aparelhos com este propósito começarão a ser encarados como o futuro.

Ganhar mil euros e investir em marca própria

Mafalda, natural de Braga, estudou Design Industrial na Universidade da Beira Interior e terminou o mestrado em Design, na Universidade de Aveiro, em 2011. O EGA faz parte da dissertação de mestrado de Mafalda e venceu o segundo lugar na categoria de Mestrado do Fraunhofer Portugal Challenge 2012 (o primeiro foi conseguido por Sara Pimenta, da Universidade do Minho).

Este concurso de ideias pretende que os concorrentes “apresentem ideias inovadoras e com possibilidade de fazer a diferença no dia-a-dia das pessoas”. Tecnologias de informação e comunicação, multimédia e outras ciências semelhantes foram as áreas escolhidas para esta edição.

Com os mil euros de prémio, Mafalda vai investir em si própria e tentar criar uma empresa de design. “Estou a concentrar-me na minha própria marca de design cerâmico (joalheria, decoração) e espero, muito em breve, poder apresentá-la ao público”, revela. “É uma área pouco explorada no design contemporâneo português.”