Andamos a dormir mal por causa da crise?
Dados indicam que, depois da crise, no caso dos portugueses, atribuem-se às insónias problemas com os filhos, gestão da economia familiar, a pressão no trabalho ou na escola
Pelo menos metade dos portugueses aponta o dedo à crise financeira e do euro responsabilizando-as pelas noites mal dormidas, indicam os dados de um estudo. Uma preocupação de tal forma marcada que supera os problemas relacionados com os filhos ou no trabalho.
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Pelo menos metade dos portugueses aponta o dedo à crise financeira e do euro responsabilizando-as pelas noites mal dormidas, indicam os dados de um estudo. Uma preocupação de tal forma marcada que supera os problemas relacionados com os filhos ou no trabalho.
Os dados, que fazem parte do estudo “O que o mantém acordado à noite”, promovido pela seguradora Zurich em oito países europeus, indicam ainda que depois da crise, no caso dos portugueses, atribuem-se às insónias problemas com os filhos (47%), a gestão da economia familiar (37%), a pressão no trabalho ou na escola (30%) e a situação política (28%). Nos outros países, o clima, os vizinhos barulhentos e os cônjuges que ressonam foram mais referidos.
Na parte do inquérito dedicada aos riscos, os portugueses colocaram no topo da lista a doença (66%) e a perda de um ente querido (45%), no segundo caso um valor inferior ao dos outros países inquiridos.
Mesmo assim o desemprego (40%) e a pobreza (32%) também obtiveram lugares de destaque – ao contrário do que aconteceu noutros países que participaram no estudo (Reino Unido, Suíça, Espanha, Alemanha, Áustria, Itália, Rússia) e onde a situação é mais estável, que colocam as preocupações com a família, parceiros e vizinhos no pódio.
Ainda assim, salientam os autores do estudo, é possível encontrar alguns padrões nas preocupações entre os vários países participantes, já que tanto a doença como a perda de entes queridos são entendidos transversalmente como dois grandes riscos. De fora das preocupações de todos ficam os ataques terroristas.
Felicidade, saúde e paz
Da mesma forma, se tivessem de manter algo no futuro, 85% dos inquiridos escolheriam a saúde, 40% a estabilidade financeira, 32% o emprego e só 9% a felicidade.
Questionados sobre os principais factores que trazem segurança às suas vidas, os portugueses indicaram o parceiro e a família (86%) e, no extremo oposto, o sistema político (3%).
No meio da tabela está o médico (20%), a polícia (13%) e a religião (11%). A escolha da saúde como factor a assegurar no futuro é corroborada por todos os países europeus, mas que, ao contrário dos portugueses, colocam também no topo da tabela a paz. A amostra portuguesa contou com 500 entrevistas telefónicas realizadas a maiores de 15 anos em todo o país.
O estudo contou com um total de 4522 entrevistas conduzidas também no Reino Unido, Suíça, Espanha, Alemanha, Áustria, Itália, Rússia, entre 12 de Setembro e 15 de Outubro.