Há países que não sobrevivem a mais cinco anos de austeridade, diz Carlos Zorrinho

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Daniel Rocha

O socialista, que reagia ao apelo feito pela chanceler alemã, Angela Merkel, aos parceiros europeus para um “grande esforço” nos próximos cinco anos, acredita que mais austeridade terá um efeito de “selecção natural”.

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O socialista, que reagia ao apelo feito pela chanceler alemã, Angela Merkel, aos parceiros europeus para um “grande esforço” nos próximos cinco anos, acredita que mais austeridade terá um efeito de “selecção natural”.

“Alguns países poderão emergir dessa derrocada até mais fortes, mas outros países não estão preparados para aguentar mais cinco anos sem perspectiva de crescimento”, defendeu.

“Os países não morrem, mas os modelos, os projectos, os sonhos morrem”, acrescentou Carlos Zorrinho, que falava num encontro com militantes socialistas em Sines.

Em declarações aos jornalistas no final do evento, o líder parlamentar do PS afirmou que Portugal, Espanha, Itália, Irlanda e Grécia são os países “que mais têm a perder” com uma política de austeridade.

“O que é, de facto, chocante é que o nosso primeiro-ministro não considere isso importante, chegue aos Conselhos Europeus e diga que Portugal não esteve em cima da mesa”, criticou o socialista.

No congresso regional da CDU que decorreu hoje em Sternberg, no norte da Alemanha, Angela Merkel defendeu a necessidade de fazer um “grande esforço” durante os próximos cinco anos para que a crise económica e monetária seja ultrapassada.

“Precisamos de austeridade para convencer o mundo de que vale a pena investir na Europa”, disse a líder democrata-cristã, que se mostrou convencida de que a zona euro ainda está longe de superar a crise.

Angela Merkel sublinhou ainda a necessidade de “grandes reformas estruturais”, que devem “conseguir resultados para recuperar a confiança dos investidores e impulsionar outra vez a economia europeia”.