Seguro: “O PS não será muleta do Governo"
O secretário-geral do PS, que, durante a tarde, já tinha respondido por carta ao convite de Passos Coelho, deixou claro à noite, durante um encontro com militantes em Vila Nova de Gaia, que não está disposto para colaborar.
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O secretário-geral do PS, que, durante a tarde, já tinha respondido por carta ao convite de Passos Coelho, deixou claro à noite, durante um encontro com militantes em Vila Nova de Gaia, que não está disposto para colaborar.
Acusando o Governo de querer destruir o Estado social “que demorou décadas a levantar”, garantiu que o PS “será intransigente na defesa do Estado social”. “Em nenhuma circunstância o PS será muleta deste Governo e não seremos cúmplices da sua política de empobrecimento”.
Afirmando que o Governo ignorou até agora as propostas dos socialistas, Seguro perguntou à plateia: “Porque só agora o Governo se lembrou do PS. Porque só agora diz que precisa muito do PS. Agora é que pedem ajuda? Ajuda para o quê?”
Seguro não deu resposta, mas lembrou o facto de “um conselheiro de Estado e antigo presidente do PSD [Marque Mendes]” ter vindo a público dizer que a reforma do Estado já estava em andamento, que já estavam em Portugal os membros do FMI e até onde iam ser feitos os cortes. “Isto é sério? Mas em que país é que o primeiro-ministro pensa que está.”
O secretário-geral socialista concluiu que “qualquer que seja o diálogo em que o PS entre será sempre em defesa do Estado social”.
Antes, Seguro tinha voltado a criticar duramente as políticas do Governo, acusando-o de insistir em “políticas erradas” que “falharam no passado “ e “vão falhar duplamente no futuro”. “O Governo insiste na política da austeridade expansionista. Na austeridade do custe o que custar.”
O secretário-geral socialista insistiu ainda na ideia de que os portugueses fizeram os sacrifícios que lhes foram pedidos”, mas “o Governo falhou em toda a linha”. “Não há um indicador que o Governo possa dizer que resultou”, acrescentou.