Tribunal de Atenas absolveu jornalista que divulgou prováveis devedores ao fisco

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Vaxavanis tinha sido detido no domingo Louisa Gouliamaki/AFP

A absolvição de Vaxevanis, 46 anos, jornalista de televisão e que publica investigações jornalísticas na revista “Hot Doc” foi conhecida após uma sessão que se prolongou durante as últimas 12 horas e depois do Ministério Público ter pedido uma condenação de três anos de prisão.

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A absolvição de Vaxevanis, 46 anos, jornalista de televisão e que publica investigações jornalísticas na revista “Hot Doc” foi conhecida após uma sessão que se prolongou durante as últimas 12 horas e depois do Ministério Público ter pedido uma condenação de três anos de prisão.

A revista “Hot Doc”, de Vaxevanis, publicou os nomes dos 2059 cidadãos gregos, e que alegadamente fazem parte da lista das contas da HSBC que foi conseguida por um empregado do banco e que chegou à Grécia pela mão da então ministra das Finanças francesa, Christine Lagarde, actualmente diretora do Fundo Monetário Internacional.

As autoridades gregas, em 2010, não tomaram qualquer iniciativa sobre a lista que consideraram informação roubada e que, por isso, não podia ser usada contra eventuais fortunas em situação de evasão fiscal. O documento terá passado pelas mãos de vários responsáveis , incluindo Evangelos Venizelos, actual líder do PASOK, que teve acesso à lista em 2011, quando era ministro das Finanças.

Já com os nomes revelados (o diário grego "Ta Nea" também reproduziu a lista, na segunda-feira), ficou-se a saber que a lista contém políticos, empresários, advogados, armadores, donas de casa e também nomes de empresas gregas.

As autoridades afirmaram que a lista está agora sob investigação, e que até à data não foi provada nenhuma suspeita de fuga ao fisco. Mas num artigo de opinião publicado na terça-feira no jornal britânico "The Guardian", Vaxavanis garante que “a lista ainda não foi propriamente investigada”.

Durante um intervalo do julgamento deste quinta-feira, o jornalista que foi detido no domingo afirmou que o processo era movido por “motivos políticos”. “Pode ver-se que a maior parte dos nomes na lista são de amigos do sistema políticos”, disse Costas Vaxavanis.