Obama declara estado de “grande calamidade” em Nova Iorque e New Jersey

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Pelo menos 27 pessoas morreram em resultado da tempestade em todo o país, algumas delas atingidas pela queda de árvores.

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Pelo menos 27 pessoas morreram em resultado da tempestade em todo o país, algumas delas atingidas pela queda de árvores.

O Presidente Barack Obama declarou entretanto o estado de “grande calamidade” no estado de Nova Iorque e em New Jersey. Esta decisão “disponibiliza os fundos federais para as pessoas afectadas nos condados de Bronx, Kings, Nassau, Nova Iorque, Richmond, Suffolk e Queens”, explica a Casa Branca num comunicado.

As áreas costeiras de New Jersey e a cidade de Nova Iorque foram particularmente fustigadas pelas chuvas e fortes rajadas de vento. Meio milhão de pessoas em áreas potencialmente em risco receberam ordens de retirada por parte das autoridades locais na segunda-feira, incluindo quase 400 mil residentes na cidade de Nova Iorque.

No bairro de Queens, em Nova Iorque, 50 casas junto à costa foram completamente destruídas num enorme incêndio que ainda estava a ser combatido por centenas de bombeiros ao início da madrugada.

O nível das águas em Battery Park, na ponta sul de Manhattan, de onde saem os barcos para a Estátua da Liberdade, registou uma altura de 4,2 metros, batendo recordes anteriores. As águas galgaram as barreiras protectoras no centro financeiro de Nova Iorque, deixando alguns carros a flutuar na corrente, segundo o The New York Times.

Por volta da meia noite (5 da manhã em Lisboa), os níveis da água começaram a baixar, segundo o mayor de Nova Iorque, Michael Bloomberg. No seu site referiu que na zona de Battery Park a água já tinha baixado para os 3 metros de altura. Com 500 mil pessoas às escuras na zona sul de Manhattan, a empresa distribuidora de electricidade Con Edison, faz saber em comunicado que será necessário "uma semana" para que a electricidade seja redistribuída em toda a cidade.

As cidades de Moonachie, Little Ferry e Carlstadt foram nesta terça-feira inundadas com água até 1,5 metros de altura depois de ter rebentado um dique no norte de New Jersey. As três cidades estão devastadas mas não há por enquanto registo de vítimas, segundo as autoridades locais, citadas pela Reuters.

Túneis do metro foram inundados por água salgada, o que pode vir a complicar a reabertura do sistema de transportes públicos mais populoso dos Estados Unidos, e que se encontra encerrado desde domingo à noite. "O sistema de Metro da Cidade de Nova Iorque tem 108 anos e nunca enfrentou um desastre tão devastador como este", disse em comunicado o presidente da empresa Joseph J. Lhota. Túneis rodoviários que ligam Manhattan a Queens e a Brooklyn também foram inundados, mas tinham sido fechados ao trânsito horas antes.

Os fotógrafos registaram uma imagem rara de Nova Iorque ontem à noite: à excepção do Empire State Building, um ícone da cidade, e da torre mais alta do novo World Trade Center, todo o horizonte de Manhattan estava às escuras.

Uma grua de um arranha-céus luxuoso em construção próximo do Central Park, quebrou devido aos ventos fortes e parte da estrutura ficou suspensa sobre a rua, 74 pisos acima do solo, o que obrigou as autoridades a evacuar a área. A tempestade também arrancou a fachada de um edifício de três andares no bairro de Chelsea, sem causar vítimas.

Com 23 estados em alerta, pode demorar alguns dias até ser possível fazer um balanço completo da devastação causada por uma tempestade que os meteorologistas classificaram de “extraordinária” (ou mesmo “tempestade do século”) por resultar da confluência de vários fenómenos meteorológicos extremos – uma tempestade tropical proveniente do Atlântico combinada com uma corrente fria do Ártico e outra frente fria vinda do Oeste responsável pela queda de neve em zonas montanhosas de Virgínia Ocidental e por uma queda acentuada da temperatura em regiões como a capital americana, Washington. Mas ao final da noite de ontem, quando as chuvas e ventos começaram a abrandar, parecia claro que a tempestade não causou a catástrofe que muitos anteciparam.

Pouco antes de atingir a costa leste do Estados Unidos, o National Hurricane Center, a agência governamental que monitoriza tempestades tropicais reclassificou o Sandy, que passou de furacão de categoria 1 a “ciclone pós-tropical”, uma distinção puramente técnica, notou a imprensa americana, porque não deixou de ser acompanhado por ventos na ordem dos 128 quilómetros por hora.

Mas ao fim da madrugada, o Centro de previsão hidrometereológica americano, previu "o enfaquecimento continuado" da força do vento nas próximas 48 horas e fez saber que a velocidade das rajadas do Sandy já tinha baixado para 105 quilómetros por hora.

notícia actulaizada às 16h30