Navios de guerra vão hoje ao fundo em Portimão
A operação pode ser seguida em directo, online, no site ustream ou aqui no PÚBLICO (leitor de vídeo no fim deste texto, com excepção das aplicações móveis).
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A operação pode ser seguida em directo, online, no site ustream ou aqui no PÚBLICO (leitor de vídeo no fim deste texto, com excepção das aplicações móveis).
Às 11h, a corveta Oliveira e Carmo é a primeira a afundar, ao largo da costa, perto de Alvor, em Portimão. Pouco depois, às 15h, é a vez do navio patrulha Zambeze.
Se tudo correr como programado, a imersão do Oliveira e Carmo - que pesa 1430 toneladas e tem 85 metros de comprimento - vai demorar 15 minutos. Só depois de um compasso de espera até ao meio-dia será feito um mergulho técnico de inspecção. Entre as 12h30 e as 13h, os primeiros mergulhadores (que são mecenas do projecto) fazem o baptismo oficial.
Os procedimentos são semelhantes para o naufrágio do navio patrulha Zambeze (292 toneladas, 44 metros de comprimento), marcado para as 15h. Às 16h30, descem os primeiros mergulhadores.
Só a partir de quarta-feira é que o parque vai ser aberto ao público e todos vão poder mergulhar para observar as estruturas. No entanto, segundo a organização, a penetração dos navios ainda não será possível nas próximas duas a três semanas.
O plano inicial era afundar os navios a 1 e 3 de Novembro mas a meteorologia trocou as voltas aos mentores do projecto. O afundamento do Oliveira e Carmo ainda esteve marcado para o sábado passado, mas a organização acabou por decidir fazer os dois naufrágios nesta terça-feira, por estarem reunidas as melhores condições de vento e de mar.
Os dois navios da Marinha Portuguesa foram limpos, descontaminados (uma operação que custou cerca de 2,4 milhões de euros) e preparados para ir ao fundo de forma segura para o meio ambiente e para os mergulhadores. No próximo ano, estão previstos os afundamentos da fragata Comandante Hermenegildo Capelo e do navio oceanográfico Almeida Carvalho.
O projecto, que pretende formar recifes artificiais, promovendo a prática de mergulho, foi concebido por Luís Sá Couto (responsável pela Accenture Portugal nos anos 90), e resulta da parceria entre a Câmara de Portimão e a escola de mergulho Subnauta, com o apoio da Marinha Portuguesa, que cedeu as embarcações desactivadas.
A primeira embarcação a mergulhar, a corveta Oliveira e Carmo, foi desactivada em 1999 e agora troca o estaleiro de sucatas pelo fundo do mar. O Zambeze, construído nos estaleiros navais do Mondego, em 1972, está afastado das missões desde o início do século. A eles vão juntar-se, mais tarde, o navio oceanográfico Almeida Carvalho e a fragata Hermenegildo. Nasce assim um local de mergulho controlado a 5,5km ao largo de Alvor, Portimão. Os vasos serão afundados a 30 metros de profundidade, ficando a parte mais alta do navio a uns 15 metros.