Shut Up and Play the Hits

Algures entre o documentário e o filme-concerto, Shut Up and Play the Hits apresenta o fim anunciado dos LCD Soundsystem como um exercício de introspecção para o seu mentor James Murphy: um homem que atingiu o sucesso mais tarde que a maioria dos seus contemporâneos e que acaba o seu grupo de maior sucesso quando começa a perguntar se é possível manter a integridade e o entusiasmo quando já se disse tudo o que havia para dizer. A inteligência do filme de Dylan Southern e Will Lovelace é essa: não separar os bastidores do palco, a dúvida da certeza, o sucesso do receio, a energia da tranquilidade. Esse balançar entre o yin e o yang traduz na perfeição a sensação que a música do projecto nunca deixou de ser espelho da personalidade e da vivência de Murphy. E se como retrato de um músico em dúvida Shut Up and Play the Hits é espantoso, enquanto filme-concerto não consegue ultrapassar a mediania eficaz, mesmo que a sensibilidade com que filma o último concerto do grupo, no Madison Square Garden, seja evidente: porque é em tudo o que filma fora da música que o filme ganha o seu sentido.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Algures entre o documentário e o filme-concerto, Shut Up and Play the Hits apresenta o fim anunciado dos LCD Soundsystem como um exercício de introspecção para o seu mentor James Murphy: um homem que atingiu o sucesso mais tarde que a maioria dos seus contemporâneos e que acaba o seu grupo de maior sucesso quando começa a perguntar se é possível manter a integridade e o entusiasmo quando já se disse tudo o que havia para dizer. A inteligência do filme de Dylan Southern e Will Lovelace é essa: não separar os bastidores do palco, a dúvida da certeza, o sucesso do receio, a energia da tranquilidade. Esse balançar entre o yin e o yang traduz na perfeição a sensação que a música do projecto nunca deixou de ser espelho da personalidade e da vivência de Murphy. E se como retrato de um músico em dúvida Shut Up and Play the Hits é espantoso, enquanto filme-concerto não consegue ultrapassar a mediania eficaz, mesmo que a sensibilidade com que filma o último concerto do grupo, no Madison Square Garden, seja evidente: porque é em tudo o que filma fora da música que o filme ganha o seu sentido.