A república de Fela Kuti transformou-se em museu

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A casa onde Fela Kuti proclamou a República Kalakuta é um museu; um hotel; um bar e uma sala de concertos David Corio

Um musical na Broadway há um par de anos pode ter chamado a atenção dos Estados Unidos para um génio africano, desaparecido em 1997, que revolucionou a história da música popular urbana nas décadas anteriores, mas a América, neste caso, estava muito atrasada. Na comunidade musical, Fela Kuti criador do afro-beat, libertário e activista contra o poder discricionário e antidemocrático, é visto como o gigante que foi. Na Nigéria, o seu país, é uma figura reverenciada - depois de, em vida, é certo, ter sido espancado e perseguido pelas sucessivas juntas militares no poder. Esta semana, Lagos acolheu a Felabration, celebração anual da sua vida e obra. E a sua casa de família, aquela em que, na década de 1970, proclamou a baptizada República Kalakuta, transformou-se em museu.

O quarto está intacto, tal como Fela o deixou quando da sua morte, decorrente do vírus da SIDA. Nas paredes, há fotos, murais e arte africana, bem como os coloridos sapatos tradicionais que usava ou as famosas tangas, adereço único em muitos dos seus longuíssimos concertos. E o museu não é apenas museu: também alberga um boutique hotel com bar e palco. "Não queríamos um museu que fechasse à noite e que visse a sua fonte de vida abandoná-lo", disse à Reuters Theo Lawson, o arquitecto responsável pela reconversão da casa.

Apoiado pelos filhos Femi e Seun, músicos que mantêm vivo o legado do pai, e financiado por fundos governamentais (depois da perseguição em vida, a aclamação póstuma do ícone), o Kalakuta Museum será uma oportunidade para "todos verem por si próprios e não seguirem os mitos de que estar na casa de Fela significava que eras um rufia, uma prostituta e que tudo o que se fazia era fumar erva". As palavras são de Seun Kuti e reflectem a descrição do pai, pelos governos nigerianos de então, como um homem dissoluto, contrário à tradição religiosa conservadora do país. Acrescentou Seun: "Cresci aqui. Esta casa era uma casa de aprendizagem". E agora é um museu, um hotel e uma sala de concertos. Para Fela.

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Um musical na Broadway há um par de anos pode ter chamado a atenção dos Estados Unidos para um génio africano, desaparecido em 1997, que revolucionou a história da música popular urbana nas décadas anteriores, mas a América, neste caso, estava muito atrasada. Na comunidade musical, Fela Kuti criador do afro-beat, libertário e activista contra o poder discricionário e antidemocrático, é visto como o gigante que foi. Na Nigéria, o seu país, é uma figura reverenciada - depois de, em vida, é certo, ter sido espancado e perseguido pelas sucessivas juntas militares no poder. Esta semana, Lagos acolheu a Felabration, celebração anual da sua vida e obra. E a sua casa de família, aquela em que, na década de 1970, proclamou a baptizada República Kalakuta, transformou-se em museu.

O quarto está intacto, tal como Fela o deixou quando da sua morte, decorrente do vírus da SIDA. Nas paredes, há fotos, murais e arte africana, bem como os coloridos sapatos tradicionais que usava ou as famosas tangas, adereço único em muitos dos seus longuíssimos concertos. E o museu não é apenas museu: também alberga um boutique hotel com bar e palco. "Não queríamos um museu que fechasse à noite e que visse a sua fonte de vida abandoná-lo", disse à Reuters Theo Lawson, o arquitecto responsável pela reconversão da casa.

Apoiado pelos filhos Femi e Seun, músicos que mantêm vivo o legado do pai, e financiado por fundos governamentais (depois da perseguição em vida, a aclamação póstuma do ícone), o Kalakuta Museum será uma oportunidade para "todos verem por si próprios e não seguirem os mitos de que estar na casa de Fela significava que eras um rufia, uma prostituta e que tudo o que se fazia era fumar erva". As palavras são de Seun Kuti e reflectem a descrição do pai, pelos governos nigerianos de então, como um homem dissoluto, contrário à tradição religiosa conservadora do país. Acrescentou Seun: "Cresci aqui. Esta casa era uma casa de aprendizagem". E agora é um museu, um hotel e uma sala de concertos. Para Fela.