A quarta derrota seguida atira o Sporting para uma crise aguda
São erros a mais. De gestão, assumido por Godinho Lopes na véspera — “admito que o projecto do futebol profissional falhou”, disse o presidente “leonino” na RTP 1 — acerca das demissões de Luís Duque e Carlos Freitas, mas também na escolha dos treinadores (falharam Domingos e Sá Pinto). E erro no campo. A escolha de Oceano, técnico interino, redundou em desastre: três jogos, três derrotas. Ontem, foi a última delas.
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São erros a mais. De gestão, assumido por Godinho Lopes na véspera — “admito que o projecto do futebol profissional falhou”, disse o presidente “leonino” na RTP 1 — acerca das demissões de Luís Duque e Carlos Freitas, mas também na escolha dos treinadores (falharam Domingos e Sá Pinto). E erro no campo. A escolha de Oceano, técnico interino, redundou em desastre: três jogos, três derrotas. Ontem, foi a última delas.
A saída de Sá Pinto precipitou a subida de Oceano no início de Outubro, que passou da equipa B para a principal. No primeiro teste, foi ao Dragão perder por 2-0 com o FC Porto, terminando o jogo do campeonato com menos um jogador, devido à expulsão de Rojo. Seguiu-se o Moreirense para a Taça de Portugal, saindo eliminado por 3-2, depois do prolongamento. Ontem, foi à Bélgica e perdeu em casa do Genk, agora para a Liga Europa. Três jogos, três competições diferentes, três resultados semelhantes.
Com o novo treinador na bancada, Franky Vercauteren — a quarta escolha de Godinho Lopes em pouco mais de ano e meio —, antigo técnico do Genk e agora dos “leões”, o Sporting começou melhor, com um golo de Schaars logo no início da partida, mas não impediu a reviravolta no marcador. Uma peça já vista em Moreira de Cónegos (aqui começaram a vencer com um golo de Rinaudo).
O resultado no Genk Arena fez com que o Sporting não conseguisse sair da grave crise em que se encontra. Esta derrota, por 2-1, foi a quarta seguida, é o quinto jogo consecutivo dos “leões” sem vencer, contabilizando apenas uma vitória nos últimos oito jogos.
Pior: a goleada ao Horsens (5-0) no play-off de acesso à fase de grupos da Liga Europa (no final de Agosto) e o triunfo sobre o Gil Vicente na quinta jornada do campeonato (no final de Setembro) são as duas únicas vitórias nesta temporada horribilis do Sporting, em 12 jogos realizados (levam cinco derrotas).
A Bélgica assistiu, por isso, à história recente do Sporting. O golo de Schaars, uma série de ressaltos antes da bola entrar na baliza de Van Hout, aos sete minutos, parecia ajudar um “leão” doente. Mas foi engano.
Oceano não resistiu a mexer no meio-campo: mudou-o sempre nos três jogos (só Schaars se manteve, Rinaudo, Elias, Izmailov e Adrien foram rodando). Os dois golos do Genk, na primeira parte (Ceulaer, aos 25’) e outro a fechar o encontro (Barda, aos 88’) aumentaram para sete os golos sofridos em apenas três jogos, contra três marcados. Um saldo negativo que ajuda a afundar ainda mais o Sporting no campeonato, na Taça e na Liga Europa.
Além do meio-campo, também a defesa tem sofrido mexidas, ora Rojo, ora Xandão, ora Boulahrouz são os escolhidos para o eixo. Se no Dragão foi Rojo a ser expulso, ontem foi o holandês Boulahrouz. Numa altura em que o Sporting parecia controlar o encontro, à procura da vitória — o empate servia mais ao Genk do que à equipa portuguesa —, a expulsão do central abanou de novo a formação leonina.
Com menos um jogador, toda a táctica pareceu ruir: até aí, os “leões” foram mais rematadores (terminaram a partida com 17 remates, mais que os 11 do adversário) e ofensivos, mas pecaram onde não podiam. Ambas as equipas dispuseram de oito cantos cada. Só que o Sporting mostrou pólvora seca e o Genk aproveitou dois para fazer os golos. Diferenças que se explicam olhando para a tabela.
POSITIVOGenkA equipa belga partiu para este grupo e para o jogo de ontem sem ser favorita. Venceu o Sporting e lidera a tabela isolada.
NEGATIVODefesa Sporting
São sete os golos sofridos pela equipa desde que Oceano está no cargo. Ontem, foram dois, ditando a terceira derrota seguida (a quarta se contarmos com o último jogo de Sá Pinto). Sofrer golos de canto é de equipa pequena e dois centrais expulsos em dois jogos também não abona a favor.
Adrien
É o elo mais fraco do meio-campo, um sector vulnerável e permeável a mexidas. Adrien tem o papel de criativo que não consegue assumir e o ataque (sempre o sozinho Wolfswinkel) ressente-se. Onde andam Labyad e Carrillo?
Ficha de Jogo
Genk, 2
Sporting, 1
Jogo no Estádio Genk Arena, na Bélgica.
Genk
Van Hout, Dani Fernández, Koulibaly, Nadson, Hamalainen, Gorius, Ngongca, Buffel, Joseph-Monrose (Barda, 83’), Vossen (Kumordzi, 90’) e De Ceulaer (Plet, 62’). Treinador Mario Been
Sporting
Rui Patrício, Cédric, Boulharouz, Rojo, Insúa, Rinaudo, Schaars, Pranjic (Capel, 58’), Adrien Silva (Xandão, 79’), Jeffren (Viola, 61’) e Van Wolfswinkel. Treinador Oceano Cruz
Árbitro
Szymon Marciniak, da Polónia. Amarelos Boulharouz (12’ e 76’), Gorius (39’),Rojo (68’), Koulibaly (80’). VermelhoBoulharouz (76').Golos
0-1, por Schaars, aos 7'; 1-1, por De Ceulaer, aos 25’; 2-1, por Barda, aos 88’.
1.º Genk 3 jogos/7 pontos2.º Videoton 3/6
3.º Basileia 3/2
4.º Sporting 3/1