Twins

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"Twins" são doze canções a espalhar a velha nova do fuzz por todos os recantos. “There''s a problem in my brain”, grita Ty Segall na punkalhada Stoogeana (o piano metralhado que a acompanha não engana) que é "You're the doctor". Mas não há problema nenhum - e o bom Ty sabe disso. "Twins" são marchas opiáceas para gente louca, mas viva, escalar muralhas sónicas e acabar entre vozes femininas a que Ty, devidamente andrógino, se junta para cantar, oh perversa inocência, “we are children too”. "Twins", este álbum monstro tão entusiasmante, tão talentoso, tão à flor da pele, é tremolo surf-rock transformado em riff mastodôntico ("Ghost"), é o groove diabólico dos Black Sabath unido à transcendência “deuses do rock'n'roll” dos Led Zeppelin ("Handglams"). Ao longo de doze canções, Ty Segall não abranda, não consegue abrandar. O rock foi inventado para discos assim e nós fomos criados para, um dia, podermos abanar a anca como em "Gold on the shore" e dançar histrionicamente ao ritmo que a maraca dita, que a voz impulsiona, que a guitarra não permite serenar (os solos, senhores, os solos estão de volta e valem cada segundo). Gente d'aqui e d'agora, "Twins" é importante, "Twins" é irresistível, "Twins" regenera.

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"Twins" são doze canções a espalhar a velha nova do fuzz por todos os recantos. “There''s a problem in my brain”, grita Ty Segall na punkalhada Stoogeana (o piano metralhado que a acompanha não engana) que é "You're the doctor". Mas não há problema nenhum - e o bom Ty sabe disso. "Twins" são marchas opiáceas para gente louca, mas viva, escalar muralhas sónicas e acabar entre vozes femininas a que Ty, devidamente andrógino, se junta para cantar, oh perversa inocência, “we are children too”. "Twins", este álbum monstro tão entusiasmante, tão talentoso, tão à flor da pele, é tremolo surf-rock transformado em riff mastodôntico ("Ghost"), é o groove diabólico dos Black Sabath unido à transcendência “deuses do rock'n'roll” dos Led Zeppelin ("Handglams"). Ao longo de doze canções, Ty Segall não abranda, não consegue abrandar. O rock foi inventado para discos assim e nós fomos criados para, um dia, podermos abanar a anca como em "Gold on the shore" e dançar histrionicamente ao ritmo que a maraca dita, que a voz impulsiona, que a guitarra não permite serenar (os solos, senhores, os solos estão de volta e valem cada segundo). Gente d'aqui e d'agora, "Twins" é importante, "Twins" é irresistível, "Twins" regenera.