Antigo mordomo do Papa deverá cumprir pena numa prisão do Vaticano

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Bento XVI com o ex-mordomo (lugar da frente) Alessandro Bianchi/Reuters

Gabriele está em prisão domiciliária desde Julho, depois de ter passado 53 dias em prisão preventiva, e poderá ainda beneficiar de um perdão do Papa. Mas se isso não acontecer, a sentença do Tribunal do Vaticano, que agora foi publicada, determina que cumprirá a pena numa prisão do Vaticano não muito longe do seu domicílio.

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Gabriele está em prisão domiciliária desde Julho, depois de ter passado 53 dias em prisão preventiva, e poderá ainda beneficiar de um perdão do Papa. Mas se isso não acontecer, a sentença do Tribunal do Vaticano, que agora foi publicada, determina que cumprirá a pena numa prisão do Vaticano não muito longe do seu domicílio.

Na sentença é estabelecido que Gabriele não poderá beneficiar de uma suspensão da pena, ainda que o porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, tenha admitido que o próprio Bento XVI poderá conceder um perdão. “Isso é possível”, adiantou, citado pelo El País, sublinhando que “ninguém sabe” quando é que poderá ser tomada uma decisão.

A 6 de Outubro, quando a sentença foi anunciada e o antigo mordomo de Bento XVI foi condenado por “roubo agravado de documentos” secretos do Vaticano, Lombardi referiu a possibilidade de ser concedido um perdão e considerou-a “concreta e verosímil”. O porta-voz da Santa Sé disse ainda que não existe um acordo com as autoridades italianas para estes casos e que há condições no Vaticano para que Gabriele fique detido.

No texto da sentença é referido que, dada a natureza da pena – Gabriele foi condenado a três anos de prisão que foram reduzidos para ano e meio devido a várias atenuantes – “não se podem aplicar os benefícios da lei no que se refere a suspensão da pena”. O ex-mordomo de Bento XVI recusou apresentar recurso, mas o procurador do tribunal, Giovanni Giacobbe, poderá ainda fazê-lo nos próximos 40 dias.

Entretanto, Lombardi anunciou que foi já agendado, para 5 de Novembro, o julgamento de Cláudio Sciarpelletti, um informático de 48 anos acusado de cumplicidade no processo de divulgação dos documentos secretos que poderá ser condenado a um ano de prisão. O seu advogado, Gianluca Benedetti, tem alegado que Sciarpelletti está inocente e não encobriu a divulgação dos documentos, ainda que tenha sido encontrado no seu gabinete um envelope destinado a Gabriele com alguns documentos secretos.