A ideia foi aparecendo há mais de um ano, depois da estreia de “Meio Metro de Pedra” — uma viagem à contracultura do rock português dos anos 50 aos nossos dias —, e a vontade de fazer mais um documentário foi ficando cada vez mais forte. Eduardo Morais, licenciado em Som e Imagem pela Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, quer filmar “a relação que os coleccionadores de vinis têm com os próprios discos” no “Música em Pó”.

A ideia foi aparecendo há mais de um ano, depois da estreia de “Meio Metro de Pedra” — uma viagem à contracultura do rock português dos anos 50 aos nossos dias —, e a vontade de fazer mais um documentário foi ficando cada vez mais forte. Eduardo Morais, licenciado em Som e Imagem pela Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, quer filmar “a relação que os coleccionadores de vinis têm com os próprios discos” no “Música em Pó”.

“Este filme abordará a música pelo seu formato, pelos reflexos das suas capas e pelas viagens dos próprios discos até ao seu proprietário final”, diz. Mostrar isso ao espectador é o objectivo de Eduardo que, para já, apenas avança três nomes de coleccionadores a entrevistar: Rui Miguel Abreu (da revista Blitz), João Carlos Callixto (da RTP) e os Beatbombers (campeões mundiais de “scratch”).

“Música em Pó” documenta as preferências “que caracterizam estes entendedores e a própria dedicação para com a sua preciosa coleção pessoal. (...) tenderá a fortalecer no espectador uma empatia pelo formato do vinil, valorizando também um registo da cultura musical portuguesa”, pode ler-se na página do documentário.

O “crowdfunding” surgiu como a opção ideal. “Andei uns meses à procura de apoios mas ninguém se mostrou receptivo”, conta Eduardo, que pede 900 euros na campanha a decorrer na plataforma portuguesa PPL, em troca de recompensas que variam consoante o contributo de cada pessoa. A campanha termina em Dezembro e a 60 dias do fim, “Música em Pó” já conseguiu angariar mais de 250 euros.

“O orçamento previsto para este documentário é de 900 euros, sendo 600 para a compra de material e 300 para as despesas de deslocação e produção durante as filmagens dos dez coleccionadores”, explica o jovem de 26 anos. “Apesar do sucesso do meu documentário anterior, vi-me sempre forçado a alugar material. Considero portanto que, se atingir este valor, conseguirei também independência para iniciativas futuras”, refere ainda.

E no futuro de Eduardo Morais estão mais alguns projectos: um documentário sobre a banda The Poppers e o trabalho documental para um projecto universitário que estudar a sociologia do punk português. Se tudo correr bem, as filmagens de “Música em Pó” começam já em Janeiro de 2013. A rodagem está marcada para o primeiro trimestre do próximo ano, ficando o segundo para a edição e pós-produção final, também a cargo do jovem.