“Anunciámos esta manhã um importante desenvolvimento na Newsweek e no The Daily Beast [site gerido pela mesma empresa detentora da revista]. A Newsweek vai fazer a transição para um formato exclusivamente digital no início de 2013. Como parte desta transição, a última edição impressa nos Estados Unidos será no dia 31 de Dezembro”, anunciou a editora executiva da icónica revista, Tina Brown, num email que enviou à redacção nesta quinta-feira de manhã, informando-os do fim da revista em formato papel.

“Anunciámos esta manhã um importante desenvolvimento na Newsweek e no The Daily Beast [site gerido pela mesma empresa detentora da revista]. A Newsweek vai fazer a transição para um formato exclusivamente digital no início de 2013. Como parte desta transição, a última edição impressa nos Estados Unidos será no dia 31 de Dezembro”, anunciou a editora executiva da icónica revista, Tina Brown, num email que enviou à redacção nesta quinta-feira de manhã, informando-os do fim da revista em formato papel.

Confirma-se assim parcialmente os rumores que circularam no final de Julho deste ano quando Barry Diller, presidente da IAC/InterActiveCorp, uma companhia de internet norte-americana que detém a Newsweek, sugeriu numa conferência da empresa que eventualmente a revista iria passar a ser uma publicação exclusivamente digital e que as mudanças começariam no início do Outono deste ano.

"A transição vai acontecer", disse Diller. "A transição da imprensa para o online vai acontecer. Estamos a estudar todas as nossas opções. "

Na altura, Tina Brown clarificou as declarações de Diller e escreveu um memorando em que se podia ler: “Barry Diller gostaria de deixar claro que ele não disse que a Newsweek passaria exclusivamente para o digital em Setembro”.

Agora é oficial. A Newsweek Global, nome que vai ter a publicação exclusivamente digital será uma edição “única e global, destinada a uma audiência altamente móvel e líder de opinião que quer saber sobre o que se passa no mundo de forma sofisticada”.

O email de Tina Brown explica que a publicação vai ser financiada por assinaturas pagas e estará disponível em leitores de livros electrónicos.

“Estamos a fazer uma transição na Newsweek e não a dizer-lhe adeus. Esta decisão não se prende com a qualidade da marca ou do jornalismo – esses vão continuar tão fortes como sempre. É uma decisão que se relaciona com os desafios económicos das edições impressas e da distribuição”, lê-se no comunicado.

A mudança para o digital vai ser acompanhada por alguns despedimentos: “Infelizmente esperamos uma redução de pessoal e a racionalização das nossas operações editoriais e comerciais, tanto aqui nos EUA como internacionalmente ", escreve Brown.

Andrew Beaujon, jornalista de media no Poynter Institute, uma escola de jornalismo nos EUA, frisa que a circulação da revista Newsweek caiu 51% desde 2007. No site do Poynter Institute pode ler-se também que as assinaturas da edição online da revista representam 1,8% da circulação total da Newsweek.

contrata pela primeira vez estratega para o digital

Na terça-feira, foi anunciado que o jornal britânico Guardian tinha contratado o jornalista Wolfgang Blau para ser o primeiro director de estratégia digital do jornal.

Segundo o site paidContent.org, a tarefa de Blau, editor-chefe do online do jornal alemão Zeit , passará por tentar encontrar modelos de negócio rentáveis para a edição digital.

“Nunca tivemos um responsável pela estratégia digital. Dada a dimensão da nossa audiência no online (cerca 30,2 milhões de visitantes únicos mensais) já era altura de o fazer “, disse um porta-voz da Guardian News & Media, que detém o Guardian.

A receita digital do grupo Guardian cresceu 16,3%, muito em parte devido à secção de classificados. A circulação da versão impressa do
Guardian tem vindo a diminuir para os 200 mil exemplares. Actualmente, a empresa está a ponderar despedir entre 70 a 100 trabalhadores da equipa editorial. Na quarta-feira, o Telegraph noticiava que o Guardian estaria a considerar terminar a edição impressa do jornal.

A jornalista do Telegraph Katherine Rushton, escrevia que “figuras importantes no Guardian News & Media estavam a discutir seriamente a mudança para uma operação totalmente online, deixando o director Alan Rusbridger cada vez mais isolado”.

No Twitter, Rusbridger desmentiu o Telegraph e escreveu que “o Telegraph tinha escrito o oposto da verdade”.

O jornalista Wolfgang Blau defende que, "apesar das áreas editorial e comercial terem preocupações diferentes, editores têm que perceber o negócio online ( incluindo a publicidade) se quiserem ser bem sucedidos na web". Ele começa a trabalhar no Guardian em Abril de 2013.