E uma livraria gratuita? Há em Madrid
Ter livros já não é sinónimo de comprar livros. A recém-inaugurada “Libros Libres” tem livros a troco de… nada
“Um livro é um amigo” e agora também é gratuito. A “Libros Libres” foi inaugurada há cerca de três semanas, no bairro Chamberi, em Madrid. O objectivo é garantir o livre acesso à leitura e ao cinema — sim, também têm um videoclube onde dorme um panda de peluche gigante.
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“Um livro é um amigo” e agora também é gratuito. A “Libros Libres” foi inaugurada há cerca de três semanas, no bairro Chamberi, em Madrid. O objectivo é garantir o livre acesso à leitura e ao cinema — sim, também têm um videoclube onde dorme um panda de peluche gigante.
O número 7 da rua de Covarrubias é pequeno, acolhedor e não pretende ser muito mais do que isso. Há um sofá e um computador com conexão à Internet para quem precisar. E há livros, muitos livros, num espaço sem qualquer tipo de alarmes ou arcos magnéticos.
Os interessados deverão apenas apresentar-se e eleger as obras que desejam levar. Desengane-se quem julgar que o espólio é de fraca qualidade. Muitas das obras foram cedidas por fundações e editoras e, segundo o "El País", em nada se assemelham “ao típico cemitério de livros sem interesse”.
“A cultura gera mais cultura”
O projecto nasceu através da ONG Grupo 2013, uma associação que conta com mais de uma centena de voluntários que se dedicam a dar aulas a crianças com dificuldades de aprendizagem. Fazendo jus ao próprio lema — “Sejamos realistas, façamos o impossível” — surgiu a “Libros Libres”, uma marca que pretende subsistir apenas com os donativos fruto da solidariedade alheia.
Para garantir a sustentabilidade económica precisam apenas de conseguir 365 subscritores, sendo que nos primeiros 12 dias, já se tornaram sócias 120 pessoas. A quota anual é de 12 euros (um euro por mês). A outra forma colaborar, para quem quiser e/ou puder, é através da doação de obras. Tudo é bem-vindo e, regra geral, “as pessoas oferecem exemplares interessantes, em boas edições”, referiu uma das promotoras, Elisa Ortega.
Mas nenhuma das duas hipóteses supracitadas é obrigatória. Qualquer pessoa, com ou sem dinheiro, pode levar os livros. Inspirado na americana The Book Thing of Baltimore, a ideia é fomentar a cultura e os hábitos de leitura e, de modo algum, emergir como um entrave às livrarias convencionais. Curiosamente, a abertura oficial aconteceu na mesma data da novíssima La Central de Callao, o novo “colosso das livrarias madrilenas”, avança o diário espanhol.