Bike Polo: o polo em cima de bicicletas

Para jogar Bike Polo é preciso uma bicicleta, um taco, uma bola e "coragem", diz Miguel Reis, praticante desta modalidade

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"Tente imaginar: controlar a bicicleta com apenas uma mão, com a outra mão controlar o taco e a bola, ter a noção de onde se está no campo, onde estão os adversários e onde estão os colegas de equipa", explica Miguel Reis. "Isto, no início, é mesmo complicado", confessa. Isto é o Bike Polo.

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"Tente imaginar: controlar a bicicleta com apenas uma mão, com a outra mão controlar o taco e a bola, ter a noção de onde se está no campo, onde estão os adversários e onde estão os colegas de equipa", explica Miguel Reis. "Isto, no início, é mesmo complicado", confessa. Isto é o Bike Polo.

 

Este desporto surgiu em 1908, quando "algures na Irlanda, alguém, um dia, deu descanso aos cavalos e jogou com uma bicicleta, mas na relva", conta este desportista nas horas vagas. Hoje joga-se a versão urbana do Bike Polo. "Acho que começou nos EUA, quando os mensageiros de bicicleta, nos tempos livres, iam para o parque de estacionamento brincar com uma bola e com um taco, em meados dos anos 90."

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O capacete é obrigatório e é recomendado o uso de luvas e caneleirasDR

 

Na versão actual, defrontam-se duas equipas, cada uma com três jogadores e não há guarda-redes fixo. É proibido colocar os pés no chão; aliás, o 'mallet' é a única coisa que pode tocar no chão. "O mallet é um taco de ski alterado”, com um tubo na ponta, geralmente, em PVC. “Pode-se empurrar a bola de qualquer forma, mas só se pode marca com a ponta do tubo”, refere Miguel Reis.

 

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O capacete é obrigatório e é recomendado o uso de luvas e caneleirasDR

Utilizador diário da bicicleta ainda antes de praticar Bike Polo, Miguel Reis considera que este é o "jogo perfeito". Foi em 2011 que o designer de 40 anos experimentou o desporto no Campo Grande, em Lisboa, após o convite de um amigo. "E fiquei agarrado", recorda.

 

Como muitos dos desportos, o Bike Polo tem o seu quê de agressividade, por isso, há quem não dispense caneleiras e luvas, e em torneios é obrigatório o uso de capacetes. Miguel Reis admite que, para praticar esta modalidade, é necessário perícia e, talvez, até coragem "para vencer aquela aparente violência que o jogo possa ter para quem está de fora". Mas também destaca que, "quando é jogado por pessoas que estão habituadas e que sabem quais são os limites, é bastante dinâmico e rápido".

 

O mega-fórum do Bike Polo

Ainda não devem existir atletas "a viver do Bike Polo". No entanto, já começam a surgir alguns desportistas que se dedicam de forma mais séria à modalidade, treinando com regularidade, participando em torneios e conseguindo apoios. "Imagino que seja como quando surgiu o BMX há 20 ou 30 anos, muito informal", compara Miguel Reis.

 

E na época da Internet, a evolução do desporto até poderá ser mais rápida. Apesar de ainda não existir nenhuma entidade oficial de Bike Polo, o responsável refere que os clubes, associações e praticantes da modalidade estão ligados pelo blogue da Liga Mundial de Bike Polo, uma espécie de "mega-fórum, onde se discutem regras, se publicitam eventos, e onde há espaço para alguma publicidade".

 

Portugal recebe campeonato internacional

Em Portugal, o Bike Polo terá surgido em 2008. Hoje, além de Lisboa, também o Porto e Aveiro já têm um núcleo da modalidade. Mas os EUA, o Canadá e a França serão os países mais avançados neste desporto, com um clube francês a vencer os últimos torneios da Europa e do Mundo.

 

Estas competições têm um número limite de equipas participantes e Portugal tem sempre disputado as eliminatórias de acesso com a Espanha. "Estamos no saco da Península Ibérica e não temos qualquer hipótese", lamenta Miguel Reis. "Ainda somos muito principiantes".

 

Com o objectivo de alcançar uma maior visibilidade nesta área, o próximo campeonato internacional vai acontecer em terras lusitanas. O torneio, que está inserido no Bicycle Film Festival, realiza-se a 2 e 3 de Novembro e vai contar com equipas portuguesas e equipas vindas de Espanha e de Itália.

 

Para Miguel Reis, um maior reconhecimento desta modalidade em Portugal "seria um sonho". Mas o designer e atleta de Bike Polo também admite não estar "demasiado preocupado com isso". "Às pessoas que querem experimentar, basta aparecerem e começarem a jogar."

 

Artigo corrigido e actualizado às 12:26

Foi corrigida a designação da Liga Mundial de Bike Polo e actualizada a referência às equipas que vão estar presentes  no campeonato internacional dos dias 2 e 3 de Novembro.