E o Festival Trama morreu em silêncio

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O Festival Trama integrava a programação de Serralves para este ano Paulo Pimenta

Em seis anos de vida, desde que nasceu no Porto, em 2006, o Trama - Festival de Artes Performativas, proporcionou alguns espectáculos bastante ruidosos (um coro de finlandeses gritantes, por exemplo). Ontem, porém, e sem anúncio prévio, a sétima edição não arrancou. "Em função da actual situação financeira portuguesa e do enquadramento que se perspectiva a curto prazo", a Fundação de Serralves preferiu deixar o festival morrer silenciosamente.

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Em seis anos de vida, desde que nasceu no Porto, em 2006, o Trama - Festival de Artes Performativas, proporcionou alguns espectáculos bastante ruidosos (um coro de finlandeses gritantes, por exemplo). Ontem, porém, e sem anúncio prévio, a sétima edição não arrancou. "Em função da actual situação financeira portuguesa e do enquadramento que se perspectiva a curto prazo", a Fundação de Serralves preferiu deixar o festival morrer silenciosamente.

Anunciado no final do ano passado como um dos destaques da programação de Serralves para 2012, o Trama devia ter iniciado ontem a sua programação. Era o que indicavam várias agendas culturais da cidade, embora não tivessem sido divulgados quaisquer detalhes. Contactada ontem pelo PÚBLICO, a fundação confirmou, porém, aquilo de que também já se suspeitava: a sétima edição do festival não vai acontecer este ano e também não há nenhuma garantia de que o evento possa ser reatado nos anos mais próximos.

Numa curta nota enviada ao PÚBLICO, a fundação dá ainda a entender que chegaram a ser efectuados contactos com companhias que deveriam assegurar a programação da sétima edição do festival. Porém, e face às restrições orçamentais existentes, "considerou a fundação recomendável rever a programação ainda não comprometida".

"Não foi uma decisão tomada de ânimo leve, mas não estavam reunidas as condições para que o festival se realizasse", disse ao PÚBLICO fonte oficial da fundação, segundo a qual é ainda "prematuro" equacionar o futuro regresso do festival à agenda cultural do Porto.

Nascido para "mexer" com o Porto e afirmar-se como um dos mais importantes nacionais de artes performativas, o Trama começou por contar com a parceria da Casa da Música nas duas primeiras edições. Nos últimos anos, porém, a programação foi já totalmente assumida pela Fundação de Serralves.