Estes alienígenas charmosos
Quando a Rolling Stone elaborou há anos uma lista de "imortais" do rock, os Roxy Music surgiram em 98º lugar. Há uma pergunta que surge perante tal classificação. Mas isto deve ser celebrado? Para uma banda que surgiu de rompante como algo completamente novo, quais seres alienígenas dispostos a abalar ideias feitas sobre o que devia ser o rock, para quem espalhava charme como se habitasse o topo de mundo, um 98º lugar só pode ser uma afronta.
Talvez tal não seja tão claro hoje, quando David Bowie é celebrado historicamente como face icónica do glam e Marc Bolan como seu principal instigador, mas os Roxy Music foram o corte definitivo, uma terceira via bem mais profícua e transformadora que essa outra mais recente, tristemente defendida por um senhor chamado Tony Blair. Tudo porque os Roxy Music, mestres do artifício e da invenção, representaram um processo contínuo de evolução que ao longo de dez anos redundaria com Avalon (1982), o seu álbum de maior sucesso comercial, na cristalização da sofisticação cool, charmosa e desesperadamente hedonista da década (duas canções e está tudo explicado: More than this e Avalon).
Em 1972, Bryan Ferry era o filho de um mineiro de Newcastle que estudara com o artista pop britânico Richard Hamilton, que idolatrava os Beatles, a soul da Stax e da Motown e Humphrey Bogart, mas que apontava como maiores referência Andy Warhol e Michel Duchamp. Em 1972, quando os Roxy Music editaram o homónimo primeiro álbum, era um tipo da classe operária a quem interessava tudo aquilo que estava interdito a quem vinha de onde ele vinha. Dez anos depois, Ferry era Byron Ferrari, estrela pop gravitando pelo jet set, amante de um sem número de modelos, cantor de charme que transformara os Roxy Music, nascidos como colisão tão improvável quanto frutuosa de elementos contraditórios, em instrumento moldado à sua imagem.
The Complete Studio Recordings, caixa que reúne os oitos álbuns de estúdio dos Roxy Music, permite perceber todo o processo. Uma banda fascinante em transformação contínua, a vitória de uma visão em que o rock era mais que apenas rock. E a história de como Bryan Ferry se transforma, pouco a pouco, no "monstro" que criou.
John Peel, o mítico radialista inglês, dizia que o início dos anos 1970 fora "meio aborrecido, a não ser pelo Roxy Music". Lester Bangs, o brilhante crítico americano, definiu-os como "o triunfo do artifício". Quando em 2004 um jornalista do Observer pediu a Morrissey para nomear dez grandes álbuns britânicos, este respondeu que só se lembrava de um, For Your Pleasure, o segundo dos Roxy Music. Nonagésimo oitavo lugar? Uma banda que foi ligação directa, pelo menos, com o punk e a new wave, com a synth-pop e o funk-punk? Uma banda que, diz a Wikipedia, influenciou Madness, Siouxsie & The Banshees [Siouxsie Sioux e Steven Severin conheceram-se em 1975 num concerto dos Roxy Music], The Cars, Human League, Kate Bush, Grace Jones, Adam Ant, Japan, Duran Duran, Simple Minds, ABC, Spandau Ballett, The Fixx, Depeche Mode, Men Without Hats, Nile Rodgers, Annie Lennox, Jarvis Cocker e Neil Hannon? E esqueceram-se, pelo menos, dos Talking Heads e de como a voz gaguejante e sardónica de Bryan Ferry foi porta aberta para um certo Johnny Rotten descobrir a sua. Nonagésimo oitavo lugar? O tanas.
Novos mundos imaginários
O núcleo ideológico dos Roxy Music, chamemos-lhe assim, era formado por Bryan Ferry, Andy Mackay e Brian Eno. A singularidade da banda ficava desde logo assegurada pela união destas três figuras. Bryan era o tipo que queria ser artista para conhecer mais mundo, explorar mais mundo e que, depois de flirtar com a pintura, se fixou na música. Andy Mackay, músico de formação clássica com um grande interesse nas vanguardas da electrónica, juntou-se à banda levando consigo um saxofone (que não soaria, de todo, ao habitual saxofone utilizado no rock'n'roll) e um oboé (que era, só por si, uma inaudita excentricidade neste contexto). Brian Eno, também ele formado na erudita e experimental, entrou na banda, por sua vez, como "conselheiro técnico", acabando por se responsabilizar pelos sintetizadores e pela manipulação de fitas.
Aquilo que definiria os Roxy Music foi bem exposto por Eno num artigo publicado em 1997 no Guardian. Afirmou o futuro produtor de, entre muitos outros, Talking Heads: "Pensava, e ainda penso, que a música pop não tem como propósito fundamental criar música em qualquer dos sentidos tradicionais da palavra. É a invenção de novos mundos imaginários, e convidar as pessoas a experimentá-los". Novos mundos imaginários. Eis o que criaram, álbum após álbum, do experimentalismo dos primeiros à estilização de Country House, até ao hedonismo funk de Love is the drug, de Siren, até chegarem, por fim, às paisagens sonoras grandiloquentes e sintéticas de Avalon.
Novos mundos imaginários: sónicos, visuais, sociais. Música, arte, moda. É impossível compreendê-los sem perceber esta ambição.
Phil Manzanera, que daria vertigem rock'n'roll, ora Stoogeana, ora cósmica (andaria sintonizado nos Can?), foi recrutado depois de responder a um anúncio que pedia "o guitarrista perfeito". Paul Thompson, que idolatrava John Bonham, dos Led Zeppelin, e que se tornaria âncora do som da banda, julgou-se o "baterista maravilha" que os Roxy pediam (e estava certo). Baixistas? Iam e vinham, sem residência fixa, ao contrário de Nicholas deVille, antigo colega de Ferry que se tornaria o director de arte do grupo ou do estilista Antony Price.
Olhamos para as capas e percebemos: os cinco primeiros tinham modelos na capa, ora pin-ups como que saídas dos anos 40 (Roxy Music), ora corpos sedutores figurados em contextos inesperados (o duo de Country Life, fotografadas em lingerie transparente no meio de vegetação). Vemos as aparições televisivas e tudo é mais claro. Um guitarrista com óculos de moscardo, um vocalista bizarramente anacrónico nos seus fatos antigos e muito sóbrios, um saxofonista com capa verde cintilante, um Eno andrógino, calças brilhantes apertadíssimas, casaco com padrão de leopardo. Ouvimos a música e as peças, por fim, encaixam-se todas. Entre a seriedade demasiado virtuosa para o seu próprio bem do prog e a atitude "macho" despojada, drogada e dada à jam do rock de uns Led Zeppelin, os Roxy Music apresentavam um outro mundo: um onde se homenageava Bogart e se cantavam elegias em tom de pesadelo a bonecas insufláveis, um onde o poder exuberante do rock'n'roll se reunia ao futuro anunciado em sintetizador e oboé manipulado, um em que se fazia a apologia do hedonismo, da festa e do excesso, mas como se essa fosse obrigação não isenta de um certo desespero.
Na revolução glam de inicio da década de 1970, os Roxy Music só tinham par em David Bowie. A Inglaterra rendia-se-lhes, os EUA ignoravam-nos. Eram, como diria Andy Mackay, britânicos demais. O que só acentuava a sua singularidade. O saxofonista explicou-o no supracitado artigo celebratório do Guardian. "Estávamos obviamente conscientes da avant-garde nas artes visuais, por isso o que parecia desafiante na pop parecia convencional aos nossos olhos. O interessante é que éramos enormemente influenciados pelos Velvet Underground - mas a síntese acidental que não conseguíamos controlar era o facto de a ‘englishness' dos Roxy Music nos ter conduzido a algo completamente diferente".
Brian Eno complementa na perfeição esta ideia. Dá-nos o quadro geral: "Colocar romance e ameaça em novos e estranhos lugares - parecer bonito, mas ideias de bonito em que os homens nunca tinham pensado antes".
Eno só se manteve nos Roxy Music durante os dois primeiros álbuns. Ao contrário do esperado por quem tinha orquestrado a banda desde o início (Ferry, claro está), todos os olhares do público se centravam no homem excêntrico dobrado sobre as teclas. A banda tornou-se pequena demais para os dois. Num concerto em 1973, Ferry convidou o jovem prodígio Eddie Jobson, ex-Curved Air, para os bastidores. Eno não sabia, mas estava a ser estudado. Dobson seria o seu substituto. O caminho estava aberto para Ferry. O núcleo duro passava a ser formado por si, por Mackay e por Phil Manzanera. Lentamente, a música começa a transformar-se. Não perde o fulgor e a capacidade evocativa, inventiva, mas o experimentalismo começa a dar lugar a um fulgor físico mais exposto, a canções que são cada vez mais romantismo em queda aliada a celebração da luxúria (Eno até diz que o melhor álbum da banda é Stranded, gravado após a sua saída).
Bryan Ferry não via como novo o que fazia nos Roxy Music, esse oferecer de um sonho aparentemente inalcançável à maioria dos que o ouviam. "A Tamla Motown e a Stax fizeram o mesmo. Era sempre uma história de pessoas do gueto a escapar, e eu sempre me vi como uma versão branca disso", afirmou em 1985 à extinta revista Face.
Em 1975, depois da edição de Siren, os Roxy Music entraram num hiato. Regressaram quatro anos depois, com Manifesto. Estavam diferentes - tangente do disco, mas sem nunca caírem nesse facilitismo. Uma banda de dança pintada a negro. Três anos depois, com Avalon, fechou-se o círculo. O álbum de romance e sofisticação por excelência. O álbum que "é" o fundador Bryan Ferry. Assinado Roxy Music.
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Quando a Rolling Stone elaborou há anos uma lista de "imortais" do rock, os Roxy Music surgiram em 98º lugar. Há uma pergunta que surge perante tal classificação. Mas isto deve ser celebrado? Para uma banda que surgiu de rompante como algo completamente novo, quais seres alienígenas dispostos a abalar ideias feitas sobre o que devia ser o rock, para quem espalhava charme como se habitasse o topo de mundo, um 98º lugar só pode ser uma afronta.
Talvez tal não seja tão claro hoje, quando David Bowie é celebrado historicamente como face icónica do glam e Marc Bolan como seu principal instigador, mas os Roxy Music foram o corte definitivo, uma terceira via bem mais profícua e transformadora que essa outra mais recente, tristemente defendida por um senhor chamado Tony Blair. Tudo porque os Roxy Music, mestres do artifício e da invenção, representaram um processo contínuo de evolução que ao longo de dez anos redundaria com Avalon (1982), o seu álbum de maior sucesso comercial, na cristalização da sofisticação cool, charmosa e desesperadamente hedonista da década (duas canções e está tudo explicado: More than this e Avalon).
Em 1972, Bryan Ferry era o filho de um mineiro de Newcastle que estudara com o artista pop britânico Richard Hamilton, que idolatrava os Beatles, a soul da Stax e da Motown e Humphrey Bogart, mas que apontava como maiores referência Andy Warhol e Michel Duchamp. Em 1972, quando os Roxy Music editaram o homónimo primeiro álbum, era um tipo da classe operária a quem interessava tudo aquilo que estava interdito a quem vinha de onde ele vinha. Dez anos depois, Ferry era Byron Ferrari, estrela pop gravitando pelo jet set, amante de um sem número de modelos, cantor de charme que transformara os Roxy Music, nascidos como colisão tão improvável quanto frutuosa de elementos contraditórios, em instrumento moldado à sua imagem.
The Complete Studio Recordings, caixa que reúne os oitos álbuns de estúdio dos Roxy Music, permite perceber todo o processo. Uma banda fascinante em transformação contínua, a vitória de uma visão em que o rock era mais que apenas rock. E a história de como Bryan Ferry se transforma, pouco a pouco, no "monstro" que criou.
John Peel, o mítico radialista inglês, dizia que o início dos anos 1970 fora "meio aborrecido, a não ser pelo Roxy Music". Lester Bangs, o brilhante crítico americano, definiu-os como "o triunfo do artifício". Quando em 2004 um jornalista do Observer pediu a Morrissey para nomear dez grandes álbuns britânicos, este respondeu que só se lembrava de um, For Your Pleasure, o segundo dos Roxy Music. Nonagésimo oitavo lugar? Uma banda que foi ligação directa, pelo menos, com o punk e a new wave, com a synth-pop e o funk-punk? Uma banda que, diz a Wikipedia, influenciou Madness, Siouxsie & The Banshees [Siouxsie Sioux e Steven Severin conheceram-se em 1975 num concerto dos Roxy Music], The Cars, Human League, Kate Bush, Grace Jones, Adam Ant, Japan, Duran Duran, Simple Minds, ABC, Spandau Ballett, The Fixx, Depeche Mode, Men Without Hats, Nile Rodgers, Annie Lennox, Jarvis Cocker e Neil Hannon? E esqueceram-se, pelo menos, dos Talking Heads e de como a voz gaguejante e sardónica de Bryan Ferry foi porta aberta para um certo Johnny Rotten descobrir a sua. Nonagésimo oitavo lugar? O tanas.
Novos mundos imaginários
O núcleo ideológico dos Roxy Music, chamemos-lhe assim, era formado por Bryan Ferry, Andy Mackay e Brian Eno. A singularidade da banda ficava desde logo assegurada pela união destas três figuras. Bryan era o tipo que queria ser artista para conhecer mais mundo, explorar mais mundo e que, depois de flirtar com a pintura, se fixou na música. Andy Mackay, músico de formação clássica com um grande interesse nas vanguardas da electrónica, juntou-se à banda levando consigo um saxofone (que não soaria, de todo, ao habitual saxofone utilizado no rock'n'roll) e um oboé (que era, só por si, uma inaudita excentricidade neste contexto). Brian Eno, também ele formado na erudita e experimental, entrou na banda, por sua vez, como "conselheiro técnico", acabando por se responsabilizar pelos sintetizadores e pela manipulação de fitas.
Aquilo que definiria os Roxy Music foi bem exposto por Eno num artigo publicado em 1997 no Guardian. Afirmou o futuro produtor de, entre muitos outros, Talking Heads: "Pensava, e ainda penso, que a música pop não tem como propósito fundamental criar música em qualquer dos sentidos tradicionais da palavra. É a invenção de novos mundos imaginários, e convidar as pessoas a experimentá-los". Novos mundos imaginários. Eis o que criaram, álbum após álbum, do experimentalismo dos primeiros à estilização de Country House, até ao hedonismo funk de Love is the drug, de Siren, até chegarem, por fim, às paisagens sonoras grandiloquentes e sintéticas de Avalon.
Novos mundos imaginários: sónicos, visuais, sociais. Música, arte, moda. É impossível compreendê-los sem perceber esta ambição.
Phil Manzanera, que daria vertigem rock'n'roll, ora Stoogeana, ora cósmica (andaria sintonizado nos Can?), foi recrutado depois de responder a um anúncio que pedia "o guitarrista perfeito". Paul Thompson, que idolatrava John Bonham, dos Led Zeppelin, e que se tornaria âncora do som da banda, julgou-se o "baterista maravilha" que os Roxy pediam (e estava certo). Baixistas? Iam e vinham, sem residência fixa, ao contrário de Nicholas deVille, antigo colega de Ferry que se tornaria o director de arte do grupo ou do estilista Antony Price.
Olhamos para as capas e percebemos: os cinco primeiros tinham modelos na capa, ora pin-ups como que saídas dos anos 40 (Roxy Music), ora corpos sedutores figurados em contextos inesperados (o duo de Country Life, fotografadas em lingerie transparente no meio de vegetação). Vemos as aparições televisivas e tudo é mais claro. Um guitarrista com óculos de moscardo, um vocalista bizarramente anacrónico nos seus fatos antigos e muito sóbrios, um saxofonista com capa verde cintilante, um Eno andrógino, calças brilhantes apertadíssimas, casaco com padrão de leopardo. Ouvimos a música e as peças, por fim, encaixam-se todas. Entre a seriedade demasiado virtuosa para o seu próprio bem do prog e a atitude "macho" despojada, drogada e dada à jam do rock de uns Led Zeppelin, os Roxy Music apresentavam um outro mundo: um onde se homenageava Bogart e se cantavam elegias em tom de pesadelo a bonecas insufláveis, um onde o poder exuberante do rock'n'roll se reunia ao futuro anunciado em sintetizador e oboé manipulado, um em que se fazia a apologia do hedonismo, da festa e do excesso, mas como se essa fosse obrigação não isenta de um certo desespero.
Na revolução glam de inicio da década de 1970, os Roxy Music só tinham par em David Bowie. A Inglaterra rendia-se-lhes, os EUA ignoravam-nos. Eram, como diria Andy Mackay, britânicos demais. O que só acentuava a sua singularidade. O saxofonista explicou-o no supracitado artigo celebratório do Guardian. "Estávamos obviamente conscientes da avant-garde nas artes visuais, por isso o que parecia desafiante na pop parecia convencional aos nossos olhos. O interessante é que éramos enormemente influenciados pelos Velvet Underground - mas a síntese acidental que não conseguíamos controlar era o facto de a ‘englishness' dos Roxy Music nos ter conduzido a algo completamente diferente".
Brian Eno complementa na perfeição esta ideia. Dá-nos o quadro geral: "Colocar romance e ameaça em novos e estranhos lugares - parecer bonito, mas ideias de bonito em que os homens nunca tinham pensado antes".
Eno só se manteve nos Roxy Music durante os dois primeiros álbuns. Ao contrário do esperado por quem tinha orquestrado a banda desde o início (Ferry, claro está), todos os olhares do público se centravam no homem excêntrico dobrado sobre as teclas. A banda tornou-se pequena demais para os dois. Num concerto em 1973, Ferry convidou o jovem prodígio Eddie Jobson, ex-Curved Air, para os bastidores. Eno não sabia, mas estava a ser estudado. Dobson seria o seu substituto. O caminho estava aberto para Ferry. O núcleo duro passava a ser formado por si, por Mackay e por Phil Manzanera. Lentamente, a música começa a transformar-se. Não perde o fulgor e a capacidade evocativa, inventiva, mas o experimentalismo começa a dar lugar a um fulgor físico mais exposto, a canções que são cada vez mais romantismo em queda aliada a celebração da luxúria (Eno até diz que o melhor álbum da banda é Stranded, gravado após a sua saída).
Bryan Ferry não via como novo o que fazia nos Roxy Music, esse oferecer de um sonho aparentemente inalcançável à maioria dos que o ouviam. "A Tamla Motown e a Stax fizeram o mesmo. Era sempre uma história de pessoas do gueto a escapar, e eu sempre me vi como uma versão branca disso", afirmou em 1985 à extinta revista Face.
Em 1975, depois da edição de Siren, os Roxy Music entraram num hiato. Regressaram quatro anos depois, com Manifesto. Estavam diferentes - tangente do disco, mas sem nunca caírem nesse facilitismo. Uma banda de dança pintada a negro. Três anos depois, com Avalon, fechou-se o círculo. O álbum de romance e sofisticação por excelência. O álbum que "é" o fundador Bryan Ferry. Assinado Roxy Music.
Notícia corrigida no dia 12/10 às 12h11: Corridigo o nome de Eddie Jobson