Restrições orçamentais levam Cinemateca a exibir filmes sem legendas
Maria João Seixas, directora da Cinemateca, disse ao PÚBLICO que esta é uma “reacção a quente e o primeiro passo na adaptação” às medidas de controlo orçamental impostas pelo despacho de 12 de Setembro que proíbe os organismos públicos de contraírem novas despesas sem autorização prévia do ministério dirigido por Vítor Gaspar. “Entendemos que [o corte nas legendas] era menos lesivo para a Cinemateca e para a programação do que a anulação de sessões”.
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Maria João Seixas, directora da Cinemateca, disse ao PÚBLICO que esta é uma “reacção a quente e o primeiro passo na adaptação” às medidas de controlo orçamental impostas pelo despacho de 12 de Setembro que proíbe os organismos públicos de contraírem novas despesas sem autorização prévia do ministério dirigido por Vítor Gaspar. “Entendemos que [o corte nas legendas] era menos lesivo para a Cinemateca e para a programação do que a anulação de sessões”.
A Cinemateca disponibiliza no seu site a lista de obras que serão exibidas em Outubro sem legendas, e que inclui filmes em língua inglesa, italiana, alemã e espanhola. A medida não é, contudo, definitiva. A direcção admite a possibilidade de repor a legendagem caso o Ministério das Finanças autorize a contratação da mesma em tempo útil.
Maria João Seixas admite que a medida possa significar uma redução de espectadores. Mas sublinha tratar-se de um cenário que só poderá ser confirmado “depois de acontecer”. Diz também que a Cinemateca está “a tactear o terreno do interesse e da adaptação dos espectadores”.
Contactada pelo PÚBLICO, a assessora do ministério das Finanças, Paula Cordeiro, remeteu o assunto para a Secretaria de Estado da Cultura, “que é quem tutela Cinemateca”.
O adjunto para a comunicação da Secretaria de Estado da Cultura, João Villalobos, disse ao PÚBLICO que "os organismos sob tutela da Cultura não são, obviamente, excepção às medidas temporárias que visam adequar os recursos disponíveis às necessidades mais prementes, ao nível da despesa do Estado”. E acrescentou que cabe aos responsáveis dos diversos organismos adoptarem as medidas de gestão mais indicadas “de forma a minorar os efeitos a curto prazo, garantindo da melhor forma a eficácia dos serviços prestados e o cumprimento do interesse público”.