Em declarações ao The Guardian, Tim Wright, que visitava o museu com a namorada na altura do incidente, descreveu assim o que viu: “Ouvimos o som de uma caneta, mas no momento em que nos virámos, [o homem] praticamente já tinha terminado a sua marca”. Depois de ter visto a tinta a escorrer do quadro e de se ter apercebido do que acontecera, o casal procurou um funcionário do museu, que ficou chocado quando viu o que o homem tinha feito.
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Em declarações ao The Guardian, Tim Wright, que visitava o museu com a namorada na altura do incidente, descreveu assim o que viu: “Ouvimos o som de uma caneta, mas no momento em que nos virámos, [o homem] praticamente já tinha terminado a sua marca”. Depois de ter visto a tinta a escorrer do quadro e de se ter apercebido do que acontecera, o casal procurou um funcionário do museu, que ficou chocado quando viu o que o homem tinha feito.
A testemunha do incidente colocou, no twitter, uma fotografia do quadro vandalizado, que aparentemente diz "Vladimir Umanets, uma potencial obra do yellowism". Esta corrente, cujos autores do Manifesto online são Vladimir Umanets e Marcin Lodyga, vê a arte como algo que está sempre em desenvolvimento.
Black on Maroon faz parte de uma série de quadros, encomendados a Mark Rothko em 1958, para o restaurante Four Seasons, no edifício Seagram em Nova Iorque. Mais tarde, o pintor abstraccionista decidiu que não queria os seus quadros naquele restaurante e doou-os à galeria Tate Modern, em Londres.
Domingo à noite, o The Guardian falou com um homem que se identificou como o autor deste acto, Vladimir Umanets. “Eu acredito que se alguém restaurar o quadro e retirar a minha assinatura, a peça terá menos valor mas daqui a alguns anos a obra valerá mais por causa do que eu fiz”, disse comparando-se a Marcel Duchamp, pai da corrente de arte dadaísta, em que os artistas retiravam os objectos do seu contexto habitual, assinando-os e conferindo-lhes um novo valor artístico.
“Esperava que o segurança na Tate Modern me levasse de imediato porque eu estava lá e assinei a imagem à frente de muitas pessoas”, referiu Vladimir Umanets. O autor do manifesto do yellowism disse ainda admirar o trabalho de Mark Rothko e não se sentir mal com o que fez: “Eu não destruí a imagem. Eu não roubei nada. Houve muito disto antes. Marcel Duchamp assinou coisas que não foram feitas por ele, ou mesmo Damien Hirst”.
As autoridades admitiram, em comunicado, estar a investigar o incidente, “Confirma-se que às 15h25 desta tarde houve um incidente na Tate Modern, no qual um visitante desfigurou um dos murais Seagram, de Rothko”. A galeria esteve encerrada durante algum tempo após o acto de vandalismo mas já reabriu ao público.
Mark Rothko nasceu a 25 de Setembro de 1903, em Dvinsk (Rússia) e, aos dez anos, mudou-se para os EUA. Para além de um dos pioneiros do abstraccionismo expressionista, também representou em algumas peças de teatro e foi professor. Entre as suas obras mais conhecidas, está a série de quadros pintados para o edifício Seagram, doados à galeria Tate Modern pouco antes da morte do pintor, em 1970.