As universidades portuguesas estão piores ou as outras é que ficaram melhores?
Universidades portuguesas desceram no "ranking" da "Times Higher Education", um dos mais prestigiados a nível mundial e que continua a ser liderado pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia
De acordo com o "ranking" de 2012, que acaba de ser divulgado, Portugal passou a ter só três instituições entre as melhores 400 (em 2011 tinha quatro) e as universidades de Aveiro e do Porto caíram do grupo das 301-350 classificadas para o das 351-400. Coimbra e a Nova de Lisboa saltaram para fora da lista, para o qual entrou a do Minho, que participou pela primeira vez neste processo de avaliação.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
De acordo com o "ranking" de 2012, que acaba de ser divulgado, Portugal passou a ter só três instituições entre as melhores 400 (em 2011 tinha quatro) e as universidades de Aveiro e do Porto caíram do grupo das 301-350 classificadas para o das 351-400. Coimbra e a Nova de Lisboa saltaram para fora da lista, para o qual entrou a do Minho, que participou pela primeira vez neste processo de avaliação.
Analisando os indicadores parciais que servem de base à definição do "ranking" global, verifica-se que Aveiro e o Porto — as únicas instituições em que é possível fazer uma comparação face ao ano anterior — tiveram uma melhor pontuação ao nível da qualidade do ensino, investigação, número de citações de trabalhos científicos, relação com as empresas e internacionalização. No entanto foram ultrapassadas por instituições de outros países, que melhoraram mais.
“Não somos nós a descer no 'ranking'. As outras é que estão a subir mais do que nós”, confirma o vice-reitor da Universidade do Porto (UP), António Marques. Em declarações ao PÚBLICO, o responsável salienta que não ficou surpreendido com este resultado uma vez que “o universo das universidades avaliadas passou a ser mais vasto” — este ano foram 700 — com a mudança da agência [Thomson Reuteres] que recolhe, analisa e verifica toda a informação que serve para elaborar este "ranking" há três anos.
“Em 2010, a UP ocupava a 250.ª posição, mas acho mais normal este 'ranking'”, defende António Marques, lembrando que noutras listagens mundiais deste tipo, a universidade “está no patamar à volta dos 300/400”. “O ensino superior português, cuja imagem é baseada na reputação exterior, não é muito prestigiado, estamos ao nível da Grécia, mas a realidade ao nível da investigação ou da qualidade do ensino é melhor do que a imagem”, acrescenta.
Graciete Dias, vice-reitora da Universidade do Minho (UM), recebeu a notícia com “orgulho”, tanto mais que “foi a primeira vez” que a instituição “participou neste exercício de avaliação”. Graciete Dias fez questão de salientar que este resultado é “um estímulo e um incentivo ao incremento da qualidade dos projectos em que todos estamos envolvidos na UM” e que o objectivo “é melhorar neste 'ranking'”.
Os resultados das universidades portugueses estão em linha com os alcançados em Itália, Espanha, Áustria e Grécia. Os primeiros lugares do "ranking" continuam a ser dominados pelas instituições norte-americanas, com sete universidades no "top ten" e 76 entre as melhores 200. Ainda assim, 51 caíram na tabela. Quem também está a perder terreno são as universidades do Reino Unido. Em contrapartida, os países da Ásia/Pacífico estão a ganhar posições, nomeadamente a China.