Quinze pessoas com deficiência passaram a noite em protesto em São Bento

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As 15 pessoas só vão sair do local quando forem recebidas pelo Governo Foto: Helena Colaço Salazar

Nesta manhã, são vários os anónimos que por ali passam a deixar comida, solidários com a manifestação e que não ficam indiferentes às cadeiras de rodas e até a uma cama de hospital que ali estão.

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Nesta manhã, são vários os anónimos que por ali passam a deixar comida, solidários com a manifestação e que não ficam indiferentes às cadeiras de rodas e até a uma cama de hospital que ali estão.

Os motivos que movem os manifestantes são diferentes, mas há uma tónica comum: o corte de quatro milhões de euros para apoios técnicos. Isto num orçamento que era de 12 milhões. Em causa estão materiais como fraldas, sondas, medicação e materiais como aparelhos auditivos, cadeiras de rodas ou computadores para uso profissional.

Eduardo Jorge, 50 anos, acamado após um acidente de trabalho aos 29 anos, saiu de Abrantes de táxi para recuperar a "liberdade de comandar a sua vida". Vive com 400 euros por mês e são cada vez mais os pedidos que vê recusados, nomeadamente o acesso a cuidados especializados.

Manuela Ralha, 45 anos, há oito numa cadeira de rodas após um acidente de viação, continua a lutar em tribunal para ser indemnizada, o que a impede de aceder a qualquer ajuda. Com quatro filhos, esta antiga professora de dança e música, depende agora da família.

"Direitos humanos não são regalias", "deficientes são eficientes" e "exigimos dignidade" são algumas das frases nos cartazes. Há também várias frases de apoio de figuras públicas como José Jorge Duarte, Nuno da Câmara Pereira, Sao José Lapa, Simone de Oliveira, Fernanda Freitas, Rui Veloso ou José Luis Peixoto.

Esta manhã já passou por ali a actriz Luísa Ortigoso e o actor Miguel Melo. O grupo Homens da Luta - que representou Portugal no Festival da Eurovisão em 2011 - esteve lá ontem. Gel passou mesmo a noite no local e continua lá, solidário e destacando que "é um protesto mais do que justo e com nada de político".