EUA de olhos postos no primeiro debate entre Obama e Romney
Durante boa parte da campanha as sondagens apontaram para uma disputa renhida entre Barack Obama e Mitt Romney, mas nas últimas semanas o cenário tornou-se mais favorável ao Presidente, que está à frente em estados decisivos como a Florida ou Ohio. Por isso, quando forem 19 horas na Universidade de Denver, no Colorado (2h da madrugada em Lisboa), caberá a Obama não cometer erros e a Romney fazer esquecer as gaffes dos últimos dias, como o “vídeo dos 47%” em que desqualificou essa percentagem de norte-americanos ao dizer que dependem do Estado e não pagam impostos sobre os seus rendimentos.
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Durante boa parte da campanha as sondagens apontaram para uma disputa renhida entre Barack Obama e Mitt Romney, mas nas últimas semanas o cenário tornou-se mais favorável ao Presidente, que está à frente em estados decisivos como a Florida ou Ohio. Por isso, quando forem 19 horas na Universidade de Denver, no Colorado (2h da madrugada em Lisboa), caberá a Obama não cometer erros e a Romney fazer esquecer as gaffes dos últimos dias, como o “vídeo dos 47%” em que desqualificou essa percentagem de norte-americanos ao dizer que dependem do Estado e não pagam impostos sobre os seus rendimentos.
Este é o primeiro de três debates que terão lugar em Outubro, mas tem sido considerado um “tudo ou nada” para Romney. O candidato republicano foi apontado por várias sondagens como o favorito para resolver os problemas económicos do país, mas essa preferência parece ter mudado nas duas últimas semanas em algumas sondagens. Certo é que a economia será um tema central do debate para o qual os dois candidatos passaram os últimos dias a preparar-se.
Nesta quarta-feira o The New York Times fez uma lista de números que certamente serão chamados ao debate. Um deles é 8,1%, uma das taxas de desemprego mais elevadas que os EUA conheceram nas últimos tempos e pela qual Romney procurará responsabilizar Obama. Depois há os 47% da gaffe do candidato republicano, que o Presidente não deverá deixar de citar. E serão provavelmente referidos outros números, como os 46,2 milhões de norte-americanos que vivem na pobreza, ou os 11 milhões de imigrantes ilegais que vivem nos EUA. E claro, os 16 biliões de dívida norte-americana que a campanha do candidato republicano tem referido inúmeras vezes para responsabilizar Obama e procurar convencer os eleitores indecisos.
A 34 dias das eleições de 6 de Novembro, este debate realiza-se um dia depois de a NBC News e o Wall Street Journal terem divulgado uma sondagem em que Obama aparece como favorito, mas por uma margem que não lhe permitirá cometer erros nesta recta final da campanha – 48% contra 46%. A última sondagem do Instituto Gallup, no entanto, deu a Obama 50% das intenções de voto e a Romney 44%.
Obama e Romney estarão junto num palco pela primeira vez após meses de campanha, e desta vez tudo o que disserem, e mesmo o que não disserem, será escrutinado, das palavras ao tom de voz ou linguagem corporal. Muitos americanos ainda se recordam, por exemplo, da imagem de George Bush (pai) a olhar para o relógio durante um debate com Bill Clinton na campanha em que este venceu as eleições.
Quanto às palavras, espera-se ouvir de Romney que a sua experiência empresarial será importante para a recuperação da economia norte-americana, tal como defendeu durante toda a campanha. Obama, por outro lado, dirá certamente que as medidas propostas pelos republicanos atingirão sobretudo a classe média e defenderá a sua proposta de aumento de impostos para os mais ricos.
Romney está em Denver desde segunda-feira, e tem ensaiado o debate com o senador do Ohio Rob Portman. Obama preparou-se para o debate em Las Vegas e terá contado com a ajuda de John Kerry, que em 2004 foi o candidato democrata à Casa Branca.
A assistir ao debate, que será transmitido por várias cadeias de televisão norte-americanas, estarão na Universidade de Denver cerca de 3500 jornalistas. A primeira pergunta será para Obama, tal como foi determinado por sorteio, e a última palavra caberá a Romney após 90 minutos, sem pausas nem anúncios publicitários.