Síria acusa vários membros da ONU de apoiarem “terroristas”
As autoridades sírias já têm usado por diversas vezes a expressão “terroristas” para referir os opositores que há 18 meses combatem as forças de Bashar al-Assad, mas nesta segunda-feira Walid Muallem usou a sua intervenção na Assembleia Geral da ONU para criticar o apoio de vários países à oposição síria. Fê-lo pouco depois de se ter encontrado com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que condenou “as mortes, a destruição, os atropelos aos direitos humanos e o ataques aéreos e de artilharia perpetrados pelo Governo” sírio e pediu ao regime de Assad que mostre “compaixão pelo seu próprio povo”.
Apesar das duras críticas ao regime sírio por parte de vários membros da ONU, Muallem considerou “uma interferência grosseira nas questões internas da Síria” os apelos que têm sido feitos para que Assad abandone o poder e disse que países como o Qatar, Arábia Saudita, Turquia, Estados Unidos e França “têm claramente apoiado o terrorismo na Síria com dinheiro, armas e combatentes estrangeiros”. Referiu ainda que, “apoiados em conceitos como a ‘Responsabilidade de Proteger [civis]’, “os tambores de guerra têm soado e a revolta dissemina-se e danifica a estrutura das sociedades nacionais”. E adiantou: “O pior de tudo é ver os membros permanentes do Conselho de Segurança, que iniciaram guerras sob o pretexto de combater o terrorismo, a apoiar o terrorismo no meu país.”
No Conselho de Segurança da ONU as tentativas de aplicar sanções ao regime de Bashar al-Assad têm sido travadas pela Rússia e pela China. No seu encontro com Walid Muallem, Ban Ki-moon manifestou a sua “profunda frustração” pelo facto de a situação continuar a “agravar-se”, sublinhou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Martin Nesirky.
Do terreno chegam relatos de novos confrontos. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, as forças da oposição realizaram uma emboscada numa estrada que liga Homs a Palmyra, no centro da Síria, e houve também um ataque aéreo das forças de Assad na cidade de Salqin, no Noroeste do país, em que terão morrido cerca de 30 pessoas.
Enquanto isso, em Alepo, a segunda cidade e a capital comercial do país, houve violentos combates que aumentaram de intensidade ao final da tarde, segundo o correspondente da AFP. As forças do regime posicionaram-se em redor da mesquita de Omeyyades, que os opositores procuraram tomar, e nos bairros históricos de Aqaba e Al-Awamid.
Os confrontos desta segunda-feira causaram pelo menos 18 mortos em Alepo e 82 em todo o país (52 civis, 23 soldados e sete rebeldes), segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
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As autoridades sírias já têm usado por diversas vezes a expressão “terroristas” para referir os opositores que há 18 meses combatem as forças de Bashar al-Assad, mas nesta segunda-feira Walid Muallem usou a sua intervenção na Assembleia Geral da ONU para criticar o apoio de vários países à oposição síria. Fê-lo pouco depois de se ter encontrado com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que condenou “as mortes, a destruição, os atropelos aos direitos humanos e o ataques aéreos e de artilharia perpetrados pelo Governo” sírio e pediu ao regime de Assad que mostre “compaixão pelo seu próprio povo”.
Apesar das duras críticas ao regime sírio por parte de vários membros da ONU, Muallem considerou “uma interferência grosseira nas questões internas da Síria” os apelos que têm sido feitos para que Assad abandone o poder e disse que países como o Qatar, Arábia Saudita, Turquia, Estados Unidos e França “têm claramente apoiado o terrorismo na Síria com dinheiro, armas e combatentes estrangeiros”. Referiu ainda que, “apoiados em conceitos como a ‘Responsabilidade de Proteger [civis]’, “os tambores de guerra têm soado e a revolta dissemina-se e danifica a estrutura das sociedades nacionais”. E adiantou: “O pior de tudo é ver os membros permanentes do Conselho de Segurança, que iniciaram guerras sob o pretexto de combater o terrorismo, a apoiar o terrorismo no meu país.”
No Conselho de Segurança da ONU as tentativas de aplicar sanções ao regime de Bashar al-Assad têm sido travadas pela Rússia e pela China. No seu encontro com Walid Muallem, Ban Ki-moon manifestou a sua “profunda frustração” pelo facto de a situação continuar a “agravar-se”, sublinhou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Martin Nesirky.
Do terreno chegam relatos de novos confrontos. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres, as forças da oposição realizaram uma emboscada numa estrada que liga Homs a Palmyra, no centro da Síria, e houve também um ataque aéreo das forças de Assad na cidade de Salqin, no Noroeste do país, em que terão morrido cerca de 30 pessoas.
Enquanto isso, em Alepo, a segunda cidade e a capital comercial do país, houve violentos combates que aumentaram de intensidade ao final da tarde, segundo o correspondente da AFP. As forças do regime posicionaram-se em redor da mesquita de Omeyyades, que os opositores procuraram tomar, e nos bairros históricos de Aqaba e Al-Awamid.
Os confrontos desta segunda-feira causaram pelo menos 18 mortos em Alepo e 82 em todo o país (52 civis, 23 soldados e sete rebeldes), segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.