Borges não foi feliz ao ter chamado “ignorantes” aos empresários, diz Murteira Nabo
“Os empresários não são ignorantes. Não fiquei ofendido, mas acho que não foi bonito de dizer e acho que não foi feliz em o ter dito”, disse o antigo presidente da Portugal Telecom, à margem do segundo dia do Fórum Empresarial do Algarve, que decorre até domingo, em Vilamoura.
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“Os empresários não são ignorantes. Não fiquei ofendido, mas acho que não foi bonito de dizer e acho que não foi feliz em o ter dito”, disse o antigo presidente da Portugal Telecom, à margem do segundo dia do Fórum Empresarial do Algarve, que decorre até domingo, em Vilamoura.
Francisco Murteira Nabo manifestou discordância relativamente à transferência de riqueza das famílias para as empresas: “A medida da TSU é estimulante da actividade das empresas, o que está em causa não é isso. O que está em causa é a forma de a introduzir”, disse.
“Ele [António Borges] concorda [com a transferência dos trabalhadores para as empresas], eu não concordo. Acho bem que haja um aumento da competitividade das empresas através da TSU, mas não pela via dos trabalhadores”, disse.
Sublinhando - ao contrário do que sustentou António Borges na sessão da manhã - que a poupança das famílias tem vindo a diminuir nos últimos anos, o antigo ministro de António Guterres frisou que “não se pode continuar a reduzir o rendimento líquido das famílias, porque nós não somos uma economia exportadora”, mas sim dependente da procura interna.
“Se continuarmos a reduzir, as famílias qualquer dia não compram, e não comprando não se produz, e não se produzindo aumenta o desemprego”, enunciou, defendendo uma solução baseada na conciliação entre as medidas de reequilíbrio financeiro e o estímulo à economia.
“Podemos estimular a economia de forma a que não morramos da cura”, observou, defendendo que o Governo deveria “atacar mais as áreas onde há mais valor e mais riqueza”, em vez dos salários dos funcionários públicos e pensões.