WWF pede sinalização e passagens para evitar atropelamentos de lince

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Actualmente existem na Andaluzia pouco mais de 300 linces-ibéricos DR

Dois linces foram encontrados mortos no domingo e segunda-feira passados na região de Córdova, na Andaluzia, nas estradas N-420 e A-421.

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Dois linces foram encontrados mortos no domingo e segunda-feira passados na região de Córdova, na Andaluzia, nas estradas N-420 e A-421.

Ontem, a WWF pediu uma “correcta sinalização das estradas ou passagens de fauna em lugares com maior densidade de animais”, adiantou Ramón Pérez de Ayala, técnico do programa de espécies da WWF em Espanha, em comunicado. Além disso, considerou ser “necessário elaborar um plano específico de melhoria das estradas na área de distribuição do lince, tanto actual como futura”.

“A morte de um lince pode parecer algo sem importância mas, na verdade, é um golpe descomunal para a população”, disse ontem Ramón Pérez de Ayala. “A morte de apenas um exemplar representa uma perda incalculável, tendo em conta a baixa variabilidade genética das populações.”

Actualmente existem na Andaluzia pouco mais de 300 linces-ibéricos e desde 2010 estão a ser reintroduzidos animais nascidos em cativeiro para reforçar as populações naturais. “No entanto, sem medidas concretas de prevenção da mortalidade, todo o trabalho realizado até agora poderá ser inútil”, acrescentou a organização.

Actualmente, os esforços de conservação desta espécie em perigo de extinção concentram-se na Serra da Morena, na zona de Doñana e nas duas únicas zonas seleccionadas para a reintrodução de linces: Guadalmellato (Córdova) e Guarrizas (Jaén).

A WWF reconhece os trabalhos feitos na zona de Doñana, que conseguiram reduzir a mortalidade, mas está preocupada com o que está a acontecer nas outras áreas. “O aumento das populações e da superfície ocupada (com lince) fez com que comecem a ocorrer atropelos frequentes nas novas zonas”, acrescentou.