Contentores de navios e autocarros transformam-se em escritórios
Até ao final do ano, nasce, em Alcântara, o Village Underground Lisboa, um espaço de escritórios, em contentores de navios e autocarros desactivados, para jovens criativos
Contentores de navios e autocarros desactivados vão formar o Village Underground Lisboa, um espaço de escritórios destinado a acolher jovens criativos, que arrancará em Alcântara até ao final do ano, revelou à Lusa uma das responsáveis do projecto.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Contentores de navios e autocarros desactivados vão formar o Village Underground Lisboa, um espaço de escritórios destinado a acolher jovens criativos, que arrancará em Alcântara até ao final do ano, revelou à Lusa uma das responsáveis do projecto.
“É um espaço de escritórios para criativos e espaço multicultural, um projecto que já existe em Londres e estamos a trazer para Lisboa”, disse à Lusa, Mariana Duarte Silva. O projecto, sedeado nos terrenos do Museu da Carris, em Alcântara, será composto por dois autocarros de dois andares e 14 contentores marítimos, colocados em quatro blocos de três andares.
“Teremos 60 lugares disponíveis, que podem ser ocupados por 60 pessoas diferentes ou por pequenas empresas e o objectivo é inaugurar até ao final do ano”, referiu. Mariana Duarte Silva conheceu o Village Underground em Londres. “Trabalhei lá quando vivia em Londres e quando resolvi voltar propus ao meu sócio [mentor do projeto londrino] fazermos o mesmo em Lisboa. Como ele estava em fase de expansão do projecto para outras cidades e gostou de Lisboa, resolveu fazer aqui um Village”, contou.
Tom Foxcroft recorda que o projecto em Lisboa estava a ser pensado “há mais ou menos três anos”, com o estudo de localizações possíveis. “Finalmente conseguimos uma parceria com a Carris e a Câmara Municipal para implementar o projecto, e aqui estamos a tentar disponibilizar espaços a preços acessíveis a jovens criativos em Lisboa”, disse à Lusa.
50 pessoas em Londres
Em Londres, no Village Underground, que funciona “há cinco anos”, trabalham “cerca de 50 pessoas”, divididas entre “carruagens de metropolitano recicladas e alguns contentores de navios”. O Village Underground, que conta com a Carris e a Câmara Municipal de Lisboa como parceiros, será apresentado oficialmente na quarta-feira.
A ideia é que os interessados apareçam para “conhecer o espaço, falar com as pessoas envolvidas no projeto e sentir o que vai aqui acontecer”, explicou Mariana Duarte Silva. Para esse dia, a artista plástica e arquiteta Joana Astolfi, responsável pela modificação dos autocarros, está a preparar uma instalação, que funciona como “um ‘teaser’” do Village Underground. Joana está a cobrir um dos autocarros, “que vai ser convertido numa sala de reuniões, um ‘meeting point’ para as pessoas que vão trabalhar nos contentores”, com sapatos. O outro autocarro “vai ser convertido num restaurante, café e bar”.
“Ainda não comecei a pensar em pormenor o projecto, mas vamos praticamente criar uma segunda pele dentro dos autocarros. Queria manter o máximo possível de referências ligadas ao autocarro, como a sinalética e os bancos, disse.
A apresentação do Village Underground Lisboa está marcada para as 18h00 e inclui a actuação da banda portuguesa Brass Wires Orchestra e de DJ representados pela Madame Management.