Caos no trânsito em Lisboa no primeiro dia do novo Marquês
Por volta das 8h, o trânsito circulava com facilidade em todas as ruas de acesso à rotunda. A excepção era a via da direita na Avenida Fontes Pereira de Melo, destinada aos veículos que querem ir para a rotunda exterior. No período de ponta, sobretudo entre as 9h e as 10h, esta via ficou entupida, congestionando também as ruas perpendiculares como a Avenida António Augusto de Aguiar e a Rua Andrade Corvo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Por volta das 8h, o trânsito circulava com facilidade em todas as ruas de acesso à rotunda. A excepção era a via da direita na Avenida Fontes Pereira de Melo, destinada aos veículos que querem ir para a rotunda exterior. No período de ponta, sobretudo entre as 9h e as 10h, esta via ficou entupida, congestionando também as ruas perpendiculares como a Avenida António Augusto de Aguiar e a Rua Andrade Corvo.
Na sala de controlo de tráfego da Câmara de Lisboa, no número 46 da Rua Alexandre Herculano, o presidente da Câmara, António Costa, esteve desde as 7h45 de olhos postos nos quatro ecrãs que mostram o tráfego nas ruas de acesso à rotunda. Foi trocando impressões com os vereadores da mobilidade, Fernando Nunes da Silva, e do urbanismo, Manuel Salgado.
Inicialmente, os jornalistas não puderam ouvir o que disseram, mas deu para perceber que a maior preocupação foi o facto de muitas pessoas estarem a optar pela rotunda exterior, entupindo os acessos. "É uma situação inesperada. Como a rotunda exterior dá para todas as saídas e as pessoas têm medo de se enganar, estão a ir para essa", confirmou António Costa aos jornalistas.
Indo para a rotunda interna, os automobilistas só podem sair para as avenidas da Liberdade, Fontes Pereira de Melo ou rua Joaquim António de Aguiar. Mas esses são os principais destinos de quem passa pela rotunda do Marquês, pelo que não se justifica que as três vias estejam quase vazias. "Há mais um problema de informação do que de tráfego", considerou o presidente da Câmara, acrescentando que os lisboetas deverão demorar um mês a habituar-se ao novo modelo.
Os acessos e saídas do túnel do Marques estavam sem complicações, às 8h30, num dia em que muitas pessoas regressam das férias e em que os alunos começam as aulas.
Quem entra em Lisboa vindo da A5 ou da ponte 25 de Abril tem agora que escolher. Se for para a Avenida da Liberdade ou para a Rua Joaquim António de Aguiar, pode seguir pelo túnel em direcção ao Marquês. Caso queira ir para a Fontes Pereira de Melo, mais vale evitar a rotunda e sair pelo túnel. Se for para as secundárias Braancamp ou para a Duque de Loulé, não entra no túnel, segue antes pelas Amoreiras e desce a Joaquim António de Aguiar, para apanhar a rotunda exterior.
Nessa descida das Amoreiras para a rotunda, a circulação estava mais difícil por volta das 9h30, com os automobilistas a protestar com buzinadelas. Muitos automobilistas que chegavam ao semáforo da rotunda aproveitavam para perguntar ao agente da Policia Municipal qual a melhor opção para chegar ao destino. Por essa hora, a rotunda exterior estava completamente entupida, enquanto que na interior quase nao passavam carros. Houve mesmo quem aproveitasse para circular de bicicleta em direcção à Avenida da Liberdade, sem problemas.
Os próximos dias vão servir para ajustar o controlo do tráfego. A Câmara ainda vai acertar os tempos dos semáforos e enquanto isso não acontece pediu um reforço de agentes da Polícia Municipal no terreno. "Tudo está pensado para que haja mais movimento nos eixos principais, daí que a rotunda interior e os respectivos acessos tenham mais faixas e mais tempo de abertura dos semáforos do que a exterior", explicou António Costa.
Os automobilistas que circularem hoje pelo Marquês de Pombal e pela Avenida da Liberdade, em Lisboa, vão encontrar muitas mudanças, que passam por terem duas rotundas no Marquês – uma interna e uma externa – e sentidos de trânsito diferentes na avenida: apenas uma via para veículos particulares e outra para o transporte colectivo e bicicletas. Nesta última, a autarquia pondera a criação de uma ciclovia, mas vai depender de como tudo correr durante os próximos meses, já que o novo esquema de circulação vai estar em avaliação até Dezembro.
A câmara municipal decidiu alterar o trânsito para tentar tirar carros e reduzir a poluição naquela zona da cidade.
De acordo com os dados de 2010 sobre a qualidade do ar na área metropolitana de Lisboa, o ar que se respira na Avenida da Liberdade será o pior do país, com concentrações excessivas de poluentes, maioritariamente gerados pelo tráfego rodoviário. As estações de medição registaram elevadas concentrações de dióxido de azoto (NO2), gás que provoca irritação ocular e perturbações respiratórias.
António Costa já tinha avisado que, na primeira semana, a alteração ao trânsito iria "correr mal" e que a monitorização do teste, até Dezembro, poderá originar correcções, mas não falou na existência de um plano alternativo. "Levará tempo a adquirir hábitos e os próprios comerciantes da zona ajudar-nos-ão a perceber se são necessárias alterações. Se não resultar, corrigiremos e voltaremos à situação anterior", admitiu o autarca, em declarações a 10 de Setembro.
Notícia actualizada às 10h40