Um tour pela arquitectura de Lisboa

A ideia é conhecer a história da capital através dos seus edifícios. Projecto pode alargar-se ao Porto e ao Alentejo. E há a ideia de fazer programas com jovens arquitectos

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João Morgado

São tours como tantos outras, que servem para descobrir a história de uma cidade. Mas estes, definidas pela Tura, baseiam-se na arquitectura de Lisboa. Ao conhecer os detalhes de uma obra, os turistas vão ficar a saber os motivos e as influências que deram origem ao edifício, acabando por conhecer a história da cidade.

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São tours como tantos outras, que servem para descobrir a história de uma cidade. Mas estes, definidas pela Tura, baseiam-se na arquitectura de Lisboa. Ao conhecer os detalhes de uma obra, os turistas vão ficar a saber os motivos e as influências que deram origem ao edifício, acabando por conhecer a história da cidade.

 

Para saber como a capital se ergueu depois do terramoto de 1755, o mais comum é abrir um livro de História de Portugal e percorrer as linhas que explicam essa época. Mas para quem quer ver como Lisboa se ergueu depois do terramoto, então os edifícios da cidade poderão ser essas linhas e os arquitectos os narradores da história. Para estes "exploradores", a Tura oferece o percurso Lisbon Selected, uma visita por diferentes zonas de Lisboa.

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Tour Riverfront João Morgado

 

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Tour Author Lisbon João Morgado

Já no percurso Riverfront, é possível entender como a cidade vive hoje perto do Tejo. "As pessoas vão ver uma arquitectura voltada para o rio e o objectivo é perceberem como é que a cidade funciona em torno do rio", explica Nuno Figueiras, arquitecto paisagista.

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Tour Lisbon Selected João Morgado

 

Juntamente com Emanuel Romão, Nuno Figueiras criou a Tura, no início de 2012, procurando divulgar a arquitectura portuguesa, apresentando a capital baseada nos edifícios existentes. Agora, são lançados quatro percursos, divididos por temas: Lisbon Selected (uma viagem por períodos da cidade, partindo de um ponto histórico até à zona mais moderna), Author Lisbon (para explorar a arquitectura contemporânea portuguesa, do centro de Lisboa até Cascais), Park Expo (uma visita ao Parque das Nações) e Riverfront (um percurso de bicicleta pelo rio, desde o Terreiro do Paço ate à Torre de Belém).

 

Mas quem quer explorar Lisboa ou outra zona do país por razões diferentes tem, ainda, o Custom Cut, um percurso que não está definido e que pode ser o que o "explorador" quiser. "Por exemplo, para os turistas que querem ver, apenas, as escolas do Parque Escolar ou edifícios e parques modernistas em Portugal", sugere o arquitecto paisagista.

 

Os diferentes tours pela cidade podem ser feitas a pé, de bicicleta ou de carro. As visitas são guiadas por Nuno Figueiras e Emanuel Romão, mas o objectivo é que, no futuro, representantes dos ateliers responsáveis pelas obras estejam presentes para explicar o próprio projecto.

 

E como a arquitectura está sustentada numa cultura e numa sociedade, para conhecer os edifícios de Lisboa é necessário viver os espaços, por isso, as visitas são informais. "Os turistas têm de perceber como é a cidade culturalmente, conhecer as tradições" para haver um entendimento completo das obras e da arquitectura em geral. Assim, uma visita pode, por exemplo, incluir uma paragem numa tasca típica, para comer e beber. 

 

Porto, Alentejo e jovens arquitectos

Nuno Figueiras não tem dúvidas que há muito para ver e conhecer em Portugal, espaços abandonados, cantos e recantos esquecidos. Aliás, são tantos que se tornam um problema para os responsáveis. "O nosso grande problema é que queremos fazer muitos percursos", confessa o arquitecto paisagista, referindo que existem "imensas obras do passado que são pérolas e que ainda estão por explorar".

 

Depois de Lisboa, a Tura já tem em vista o Porto e o Alentejo, podendo "aplicar alguns percursos de capital ao Porto e fazendo um tour desde Lisboa até Évora, pelo interior ou pelo literal".

 

E esta promoção da arquitectura portuguesa pode, também, centrar-se em obras de arquitectos mais jovens, num possível novo tour designado Young Architects. "Existe uma série de arquitectos em Portugal entre os 30 e os 40 anos que fazem um trabalho muito interessante e que, por ainda não terem chegado ao auge da sua carreira, não foram projectados", remata Nuno Figueiras.