MOTELx: encontro marcado com o medo no cinema São Jorge

Cinco dias de sustos e saltos para todos os gostos na sexta edição do festival de cinema de terror de Lisboa.

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Em Babycall, Noomi Rapace é uma mãe atormentada por visões

Cinco dias de sustos e saltos para todos os gostos na sexta edição do festival de cinema de terror de Lisboa. Ao sexto ano, o MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa confirma o seu estatuto como ponto de encontro para os apreciadores do género na capital.

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Cinco dias de sustos e saltos para todos os gostos na sexta edição do festival de cinema de terror de Lisboa. Ao sexto ano, o MOTELx - Festival Internacional de Cinema de Terror de Lisboa confirma o seu estatuto como ponto de encontro para os apreciadores do género na capital.

Ao longo de cinco dias, a partir desta quarta-feira e até domingo, as três salas do São Jorge vão receber uma programação ecléctica e atenta a todas as abordagens ao cinema fantástico, desde as mais recentes revelações da produção independente à reverência perante os grandes cultores do género. 

Depois de George Romero, John Landis ou Eli Roth, o homenageado desta edição é o italiano Dario Argento, que virá acompanhar a exibição de cinco filmes que dirigiu ou produziu, entre os quais o clássico "Suspiria" (sábado, 21h45), e realizar uma master-class em conversa com o público na tarde de domingo (16h30).

Em paralelo, haverá uma mini-retrospectiva do japonês Nobuo Nakogawa e a exibição do documentário de Alex Stapleton sobre Roger Corman, "Corman"s World - Exploits of a Hollywood Rebel" (sábado, 22h). 

Entre as 27 longas-metragens exibidas na secção central Serviço de Quarto, compondo um panorama da produção global actual do género, o destaque vai para duas entradas orientais que têm criado grande sensação. De um lado, o ultraviolento filme de acção "The Raid: Redemption", dirigido na Indonésia pelo galês Gareth Huw Evans (hoje, 14h15, e domingo, 19h15); do outro, "The Yellow Sea", do coreano Na Hong-jin, revelado na secção paralela Un Certain Regard em Cannes 2011 (sexta, 00h15).

O festival não vira igualmente as costas às polémicas, com a passagem de "The Human Centipede II" (Full Sequence), a sequela do holandês Tom Six àquele que foi considerado o mais repugnante filme de terror jamais feito (domingo, 00h30), e a incursão provocadora de ressonâncias políticas pelo slasher movie do americano Kevin Smith (autor de Clerks), Red State (sábado, 19h30). De destacar ainda o thriller psicológico escandinavo "Babycall", com Noomi "Lisbeth Salander" Rapace no papel de uma mãe atormentada por visões de pesadelo (domingo, 19h). 

Tal como nas edições anteriores, a organização do MOTELx aposta igualmente no filme de terror em Portugal. Para lá das master-classes e making of que preencherão a antiga sala 2 do São Jorge - incluindo, este ano, o escritor e ilustrador David Soares, o realizador Filipe Melo e a equipa por trás do microculto Capitão Falcão, cujo episódio piloto foi revelado no MOTELx 2011 - é nesse sentido que se dirige a competição de Melhor Curta de Terror Nacional.

Este ano haverá dez filmes a concurso, apresentados - a par de um leque de curtas internacionais - em complemento às longas-metragens, com o vencedor a receber o prémio Méliès d"Argent da Federação Europeia de Festivais de Cinema Fantástico e a ser automaticamente candidato ao Méliès d"Or para Melhor Curta de Terror Europeia. Entre esses dez, estão "Até Quando", de Jorge Cramez, ou "A Bruxa de Arroios", de Manuel Pureza, com Rita Blanco.

É também nessa aposta que se inscreve a apresentação, na sexta-feira, de duas produções portuguesas de 1982 paredes-meias com o cinema de género: O Território, do falecido Raul Ruiz (19h), e "O Estado das Coisas", de Wim Wenders (21h45), cuja exibição será acompanhada por uma conversa com o produtor de ambos, Paulo Branco (20h45). 

A programação completa do MOTELx pode ser consultada no site oficial ou no programa disponível gratuitamente na bilheteira. A abertura oficial é esta quarta-feira às 21h45 com a antestreia nacional de [REC]3: Genesis, do espanhol Paco Plaza.