Embaixador americano na Líbia morto em ataque em Bengasi
Christopher Stevens estava a fazer uma curta visita a Bengasi, quando ocorreu o ataque ao consulado, que foi incendiado. O diplomata morreu por inalação de fumo. As outras vítimas são dois agentes de segurança do embaixador e um funcionário do consulado.
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Christopher Stevens estava a fazer uma curta visita a Bengasi, quando ocorreu o ataque ao consulado, que foi incendiado. O diplomata morreu por inalação de fumo. As outras vítimas são dois agentes de segurança do embaixador e um funcionário do consulado.
Segundo as autoridades líbias, os atacantes protestavam contra o mesmo filme denunciado por milhares de egípcios, na sua maioria salafistas, que se manifestaram horas antes em frente à embaixada dos EUA no Cairo, antes de arrancarem a bandeira do país, substituindo-a por uma bandeira negra com a profissão de fé do islão – “Não há outro Deus senão Alá e Maomé é o seu Profeta”.
Segundo o Wall Street Journal, o filme que está na origem destas explosões de violência chama-se Innocence of Muslims (A Inocência dos Muçulmanos) foi realizado por Sam Bacile, um promotor imobiliário israelo-americano de 54 anos. Depois da manifestação do Cairo, disse àquele jornal americano que “o islão é um cancro”.
O polémico filme terá contado também com a participação financeira de cristãos coptas egípcios que vivem nos EUA e já foi condenado pela Liga Árabe, que considerou conter “insultos contra o Profeta”. Innocence of Muslims recebeu o apoio do controverso pastor norte-americano Terry Jones, que provocou uma polémica ao organizar uma queima pública de um Corão no passado mês de Abril.
Confirmando em comunicado apenas a morte de um funcionário do Departamento de Estado, no dia em que os EUA assinalavam o 11º. aniversário dos atentados do 11 de Setembro, a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton declarou que “algumas pessoas tentaram justificar este comportamento brutal, apresentando-o como uma resposta a elementos incendiários difundidos na internet”.
“Os Estados Unidos condenam toda a vontade deliberada de denegrir as crenças religiosas. O nosso empenho a favor da tolerância religiosa remonta às origens da nossa nação”, acrescentou Clinton. “Mas, sejamos claros, nada pode justificar jamais actos violentos desta natureza”, sublinhou a secretária de Estado.
O candidato republicano às presidenciais de Novembro, Mitt Romney, declarou-se “chocado” pelos ataques no Egipto e na Líbia e criticou a reacção da Administração Obama. “É vergonhoso que a primeira resposta do governo Obama não tenha sido a condenação dos ataques contra as nossas representações diplomáticas mas sim a de simpatizar com aqueles que os orquestraram”, disse Romney.
Considerada como bastião dos islamistas radicais, Bengasi, segunda maior cidade do país e “capital” da revolução líbia, tem vivido uma vaga de violência nos últimos meses, com ataques a ocidentais e assassinatos de oficiais do exército ou das forças de segurança.