A estreia de Alberto da Ponte no serviço público

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Alberto da Ponte, ex-líder da dona da Sagres, e António Pires de Lima, presidente da dona da Super Bock Foto: Daniel Rocha

Alberto da Ponte tem colada a si a imagem de gestor competitivo. Começou na área da distribuição há quase 40 anos e, com o impulso que deu à marca estrela da SCC, a Sagres, tornou-se numa figura mediática.

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Alberto da Ponte tem colada a si a imagem de gestor competitivo. Começou na área da distribuição há quase 40 anos e, com o impulso que deu à marca estrela da SCC, a Sagres, tornou-se numa figura mediática.

Nasceu e cresceu em Lisboa. Estudou Ciências Económicas e Financeiras naquele que é o actual Instituto Superior de Economia e Gestão, mas quando terminou a licenciatura em 1975 já estava na Lever (a actual Unilever Jerónimo Martins). Aqui trabalhou na área de vendas e marketing, não apenas no mercado nacional, mas também na Malásia, na Bélgica e em Espanha. Assumiu outros cargos de gestão de topo e chegou à direcção-geral da Lever-Elida, da Fima e Unilever BestFoods.

Em 2004, assumiu a presidência executiva da Sociedade Central de Cervejas, numa altura em que a Heineken ainda não estava no capital da cervejeira (a multinacional comprou a empresa em 2008). Foi durante a sua liderança que a Sagres conseguiu ultrapassar o seu concorrente directo no sector, a Super Bock, da Unicer, empresa nortenha liderada por António Pires de Lima.

Quando se preparava para ir para a Holanda, Alberto da Ponte resumia, assim, ao PÚBLICO o desafio: “Numa palavra, vencer”. Assumiu funções em Abril e passou a reportar ao presidente da multinacional para a Europa Ocidental. Tinha como função “desenvolver uma estratégia futura” para o negócio no canal Horeca (hotéis, bares e restaurantes), com peso significativo nas vendas do grupo. Na altura, descreveu o novo cargo como uma função “de alto valor acrescentado na Europa”.

O gestor manteve-se como administrador-não executivo da SCC, agora liderada pelo holandês Ronald den Elzen, de 39 anos, ex-director financeiro da Heineken no Reino Unido.

Alberto da Ponte é tido como um gestor competitivo. Enquanto líder da Central de Cervejas, esteve na corrida à compra da Compal, em 2005. António Pires de Lima, então presidente executivo da Compal, liderava uma proposta de aquisição para ficar com a empresa. Os dois falharam o objectivo e a Compal foi comprada pela Sumolis. Foi depois deste episódio que Pires de Lima, actual presidente da Mesa do Conselho Nacional do CDS, assumiu a presidência da Unicer.

Agora que Alberto da Ponte vai para a RTP, o dirigente do CDS já veio elogiar a escolha. “Tem todas as condições para fazer um bom trabalho”, afirmou a TSF.

Ex-militante do PPD/PSD, entre 1974 e 1977, diz-se desde sempre “muito ligado ao PSD”. É casado e não tem filhos.