Jorge Sampaio subscreve manifesto contra concessão da RTP
O manifesto, promovido, entre outros, pelo realizador António Pedro Vasconcelos, abriu hoje uma página na Internet (http://www.emdefesadoservicopublicoderadioedetelevisao.pt) onde defende manutenção da empresa, mas “desgovernamentalizada, deixando de ser o Governo a nomear a administração, para garantir a sua independência”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O manifesto, promovido, entre outros, pelo realizador António Pedro Vasconcelos, abriu hoje uma página na Internet (http://www.emdefesadoservicopublicoderadioedetelevisao.pt) onde defende manutenção da empresa, mas “desgovernamentalizada, deixando de ser o Governo a nomear a administração, para garantir a sua independência”.
O arquitecto Álvaro Siza Vieira, o cantor Fausto Bordalo Dias, o antigo secretário-geral da CGTP Carvalho da Silva, bem como o actual, Arménio Carlos, para além de diversos jornalistas e docentes, integram também os signatários do manifesto revelado na Internet.
Recentemente, António Pedro Vasconcelos havia apelado ao Presidente da República, Cavaco Silva, para que “trave este atentado contra o serviço público de televisão”, na sequência do anúncio do cenário da concessão da RTP1 a privados e do eventual fim da RTP2.
No quadro do movimento que tem vindo a criar contra a privatização da RTP, o cineasta avançou que a prioridade vai ser apelar a três entidades: o Presidente da República, Cavaco Silva, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, e o povo português.
“Espero que Cavaco Silva trave, de uma maneira clara, este atentado ao serviço público de televisão e o ministro Paulo Portas também o deve fazer, porque a medida não está prevista no programa de Governo do CDS, e os cidadãos portugueses devem abrir os olhos”, sublinhou.
Os signatários do manifesto consideram que a concessão do serviço público de rádio e de televisão a uma empresa do foro privado, “que receberia não apenas a contribuição para o audiovisual como receitas publicitárias”, induziria uma programação submetida a critérios de “rentabilidade comercial, impossível de contrariar através de um caderno de encargos, o que comprometeria a qualidade e a diversidade exigíveis a um operador de serviço público”.
É dito também no texto que a “compressão do serviço público de televisão em sinal aberto, num único canal, torna impossível o cumprimento das obrigações de programação actualmente cometidas aos dois canais, visando os interesses dos diversos públicos, maioritários e minoritários”.
“Os signatários entendem deixar claro que, seja qual for a ‘solução final’ proposta pelo Governo, não aceitam qualquer medida susceptível de amputar, enfraquecer ou alienar a propriedade ou a gestão do serviço público de rádio e de televisão”, escrevem as diferentes figuras da sociedade portuguesa.