Quem hoje viaja até Londres já inclui, muito provavelmente, no seu programa turístico uma ronda pelas obras mais conhecidas de Banksy, o controverso artista britânico que satiriza a sociedade através dos seus já famosos stencils. No entanto, há uma dificuldade comum, que é saber exactamente onde estão estes trabalhos. No caso de Banksy existem até alguns guias, mas rapidamente ficam desactualizados ou porque algumas obras já desapareceram ou porque já foram feitas outras.
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Quem hoje viaja até Londres já inclui, muito provavelmente, no seu programa turístico uma ronda pelas obras mais conhecidas de Banksy, o controverso artista britânico que satiriza a sociedade através dos seus já famosos stencils. No entanto, há uma dificuldade comum, que é saber exactamente onde estão estes trabalhos. No caso de Banksy existem até alguns guias, mas rapidamente ficam desactualizados ou porque algumas obras já desapareceram ou porque já foram feitas outras.
Este problema pode agora ficar simplificado com o
The Big Art Mob, site lançado a 31 de Agosto e que pretende ser um guia público e interactivo da arte urbana em todo o mundo e para isso conta com a ajuda de todos.
Sabe de um stencil, um graffiti ou uma escultura que devam estar neste guia? Adicione uma imagem e/ou um vídeo, uma descrição e a localização neste site e a partir daí qualquer pessoa poderá descobrir essa obra. E como se não bastasse, é dada ainda a possibilidade de ver a rua onde está o trabalho através de uma colaboração entre o The Big Art Mob e o Google StreetView, que permite ainda estabelecer um percurso entre as várias obras. Em Portugal ainda são muito poucas as obras registadas, destacando-se o graffiter Odeith, com muitos dos trabalhos feitos na Cova da Moura e arredores.
Apesar das poucas entradas portuguesas, onde não surge qualquer registo por exemplo do Porto, esta base de dados conta já com cerca de 12 mil registos, a maioria localizados no Reino Unido.
Segundo a apresentação do The Big Art Mob, que também pode ser identificado por BAM, o site foi criado para documentar todo o tipo de arte pública que possa ser encontrada, permitindo que outras pessoas possam descobrir coisas que nunca pensaram que existissem. “O The Big Art Mob não se foca apenas em captar a arte pública mas sim em mapeá-la, dando às pessoas a possibilidade de observarem estes trabalhos no seu contexto adequado: onde estão”, lê-se ainda na apresentação do projecto inovador que pretender ser em pouco tempo o maior mapa de arte urbana do mundo.
Para isso as pessoas são convidadas a enviarem as suas sugestões de obras, “directamente do telemóvel, não interessa onde estão”. Um processo que será simplificado em breve quando a aplicação para os telemóveis ficar disponível.
Numa entrevista à rádio norte-americana NPR, Alfie Dennen, responsável pelo site, explicou que quando no seu projecto fala de arte pública se refere a todo o tipo de obras acessíveis ao público. “Pode ser uma peça de um museu que está exposta num espaço público, uma escultura, por exemplo. Ou uma parede com um graffiti. Pode ser qualquer coisa”, disse Dennen, que vê o The Big Art Mob como o outro lado do Google Art Project, que permite ver obras de museus e instituições parceiras e ainda “passear” pelas galerias de algumas delas.
“A verdade é que a arte pública que se mostra em cidades de todo o mundo ainda não tem um guia útil e fácil”, continua o americano, que viu na Internet o potencial de desenvolver “um dinamismo cultural inigualável”.
É por isso que o projecto é aberto a qualquer pessoa de qualquer parte do mundo e não impõe qualquer limite, pelo que o mesmo usuário pode publicar mais do que um trabalho neste mapa. Para os que procuram depois as obras, a pesquisa do site permite procurar pelo nome do artista ou pela localização, desde a morada exacta até à cidade ou apenas ao país.
De Portugal, que tem nomes tão conhecidos como Vhils, o jovem Alexandre Farto cujos retratos escavados nas paredes estiveram recentemente expostos na galeria Vera Cortês, quase nada há registado, pelo menos por agora. Valerá a pena actualizar esta base de dados.