José Eduardo dos Santos reeleito Presidente de Angola
Com 60% dos votos apurados, o MPLA segue à frente com 74%, a larga distância da UNITA, a segunda força mais votada, com 17,94%.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Com 60% dos votos apurados, o MPLA segue à frente com 74%, a larga distância da UNITA, a segunda força mais votada, com 17,94%.
A Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE), formada por antigos membros do MPLA e da UNITA, bem como líderes da sociedade civil, obteve 4,53%.
A taxa de participação está próxima dos 57%, com os votos em branco a chegarem aos 4% e os nulos aos 2%.
Nenhuma das formações partidárias reagiu ainda à divulgação dos resultados provisórios.
A votação no país, que decidirá o novo Parlamento e depois o Presidente, decorreu na sexta-feira num ambiente em geral tranquilo, embora com irregularidades que levaram a uma ameaça de impugnação da votação pelo principal partido da oposição, a UNITA.
Na véspera, houve a detenção de seis membros da CASA-CE), depois de estes terem alegadamente arrombado a sede da Comissão Eleitoral para reclamar credenciais de monitores (das 6850 credenciais requisitadas, só terão sido atribuídas 3000, o que impedia a presença em milhares de assembleias de voto).
O antigo presidente cabo-verdiano Pedro Pires, chefe da missão de observadores da União Africana que acompanhou as eleições, considerou no final do dia de sexta-feira que a organização do escrutínio foi “satisfatória”. Não houve observadores nem da União Europeia nem dos Estados Unidos e muitas embaixadas que requisitaram credenciais de monitores não as obtiveram.
Ninguém esperava que o MPLA, o único partido de Governo em Angola, obtivesse um resultado como os quase 82% da última votação em 2008, depois do final de 27 anos de guerra civil e num período de muita construção de infra-estruturas, que lhe deu 191 dos 220 lugares de deputados.
Mas também ninguém esperava outro resultado que não uma vitória incontestada do partido no poder há 33 anos, até porque este controla as instituições de Estado, assim como da maior parte dos media no país, o que lhe deu uma clara vantagem sobre a UNITA e mais sete outras coligações e partidos de menor expressão.