Comissão de Trabalhadores da RTP convoca plenário para quarta-feira
Para a CT da empresa pública de rádio e televisão, o Governo “estará a preparar-se para fazer uma razia” no número de efectivos, como a “anunciada ontem [na quarta-feira] na televisão valenciana: quase 1300 despedimentos num total de 1800 trabalhadores”.
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Para a CT da empresa pública de rádio e televisão, o Governo “estará a preparar-se para fazer uma razia” no número de efectivos, como a “anunciada ontem [na quarta-feira] na televisão valenciana: quase 1300 despedimentos num total de 1800 trabalhadores”.
Em comunicado divulgado na quinta-feira à noite, a Comissão de Trabalhadores sustenta que, “quando o Governo mantém uma fixação obsessiva em privatizar a RTP, com total indiferença face ao futuro do serviço público e dos seus trabalhadores, tem lógica admitir que esse Governo apenas se tenha preocupado em neutralizar o desagrado de Balsemão [SIC] e Pais do Amaral [TVI], garantindo-lhes que o canal concessionado não possa competir no mercado publicitário”.
“E o silêncio sobre a rádio não augura nada de bom”, frisa a CT, criticando o ministro da tutela, Miguel Relvas, por se ter feito representar por António Borges, “um testa-de-ferro de grandes grupos negocistas”.
O economista e consultor do Governo António Borges considerou na quinta-feira à noite, em entrevista à TVI, que a possibilidade de concessionar a RTP1 a investidores privados é um cenário “muito atraente”, embora ressalvando que nada está ainda acordado sobre o futuro da empresa.
Momentos antes, na sua página na Internet, o jornal Sol avançou que o Estado fará a concessão total do serviço público de televisão e rádio (RTP e RDP) a um operador privado, por um período de 15 a 25 anos.
Para António Borges, a proposta de concessão da RTP1 é atraente porque levaria o canal a “permanecer na propriedade do Estado”, sendo a licença entregue a um privado, que teria de cumprir as “obrigações de serviço público”, recebendo para tal um apoio estatal “bastante inferior” ao actual.
O dinheiro a injectar por via do Estado seria o resultante em exclusivo da contribuição dos cidadãos paga por via da taxa do audiovisual, que foi no ano passado de cerca de 140 milhões de euros.
Borges admitiu ainda que a RTP2 irá “muito provavelmente” fechar, independentemente do cenário a adoptar para o futuro da empresa, em razão do seu avultado custo para reduzidas audiências.
“Se o concessionário quiser, pode despedir. Se entender que tem trabalhadores a mais, pode despedir”, concretizou.