Ecoletric Tour, de Coimbra a Copenhaga em duas rodas

Francisco Portugal e João Pessoa vão agarrar em duas motas eléctricas e percorrer quatro mil quilómetros. A meta: Copenhaga, a cidade mais ecológica da Europa

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São 25 dias, duas motas eléctricas e cerca de quatro mil quilómetros percorridos apenas em estradas secundárias. A importância de hábitos verdes, a preservação do meio ambiente e a escolha de energias alternativas e renováveis foram os critérios através dos quais elegeram a cidade mais ecológica da Europa, Copenhaga (Dinamarca), como meta. “Queremos partir de Coimbra e atravessar a Europa, com o objectivo de alcançar a mais verde das verdes”.

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São 25 dias, duas motas eléctricas e cerca de quatro mil quilómetros percorridos apenas em estradas secundárias. A importância de hábitos verdes, a preservação do meio ambiente e a escolha de energias alternativas e renováveis foram os critérios através dos quais elegeram a cidade mais ecológica da Europa, Copenhaga (Dinamarca), como meta. “Queremos partir de Coimbra e atravessar a Europa, com o objectivo de alcançar a mais verde das verdes”.

Francisco chega com uma t-shirt da Ecoletric Tour. Pouco depois, João encontra-nos já sentados na esplanada da Cafetaria do Museu da Ciência. Pouso o gravador na mesa. Trocam olhares cúmplices e riem-se – é a primeira entrevista sobre o projecto.

Francisco Portugal, 23 anos, assume que viajar é uma paixão. João Pessoa, 22 anos, conta que o amor pelas motas é uma herança do pai. Ambos estudantes na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, amigos desde a infância, têm um sonho em comum. “O que nós apresentamos é uma ideia sólida bem estruturada. Ambiciosa por um lado, modesta por outro. É isto que é tentador”.

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A ideia já existe há algum tempo, mas foi em Março deste ano, no MF24 — ciclo de conferências organizado pelo Manuel Forjaz em Coimbra — que o projecto começou a ganhar contornos mais sérios. “Quando o Ricardo Diniz falou, fomos ter com ele no final, explicámos o nosso projecto, na altura só um sonho. Ele adorou e apadrinhou-nos. Disse-nos onde devíamos ir, com quem devíamos falar”, conta o Francisco.

O nome do projecto Ecoletric Tour é fruto de muitas conversas de café, referem. E o logotipo foi desenhado por Frederico Cardoso, jovem designer, também oriundo de Coimbra.

Apesar de muito bem recebidos nas várias empresas às quais se apresentaram, a ausência de verbas é um facto difícil de contornar. “Todos tentaram ajudar, mas há pouco dinheiro. Incentivam-nos, fazem telefonemas. Até agora temos todo o material garantido, temos o nosso orçamento operacional coberto, 10 mil euros. Faltam as motas!”.

225 quilómetros por dia 

O João explica que as motas são caras e com pouca saída e por isso não existem marcas nem distribuidores interessados em emprestá-las. “Queríamos adquirir as motas para a segunda fase do projecto. É a única parte que está por fechar.” A única exigência dos pais prende-se com a Faculdade, mas os dois garantem que a viagem não vai interferir com os estudos. “Setembro é o melhor mês: ainda está bom tempo, a faculdade está mais calma, as faltas ainda são toleráveis. Não vamos interromper nada.”

Planeiam conduzir 225km/dia. Nas pausas, vão tentar ser recebidos nas embaixadas de cada país por onde passam. A viagem poderá ser acompanhada através do Ecoletric Tour Journal, onde todos poderão ter acesso à localização actual, fotos, vídeos e mensagens. “Vamos levar as GoPro nos capacetes, pretendemos fazer vídeos engraçados…”, acrescenta o João.

Perguntamos como é que imaginam a chegada. Francisco brinca e fala de uma estrada e de uma placa que lhes dê as boas vindas a Copenhaga, João fala da sensação de realização. “Isto é um projecto que não queremos que acabe em Copenhaga. Pretendemos ir às escolas e contar a nossa história, a história de dois miúdos que tinham um sonho e que não tiveram medo na altura certa”.