Tranza-Atlântica são fardas de polícia que dançam capoeira
Projecto da Guimarães 2012 também inclui uma torre feita com seis mil moedas de um cêntimo e o voo de falcões
Não serão polícias os participantes que dançarem a capoeira esta quinta-feira, 23 de Agosto, na Capital Europeia da Cultura. São artistas com fardas de polícia, cuja actuação está inserida no projecto brasileiro "Tranza-Atlântica". O trabalho também inclui a exposição de uma torre construída com moedas de um cêntimo e a apresentação de imagens de Guimarães captadas durante voos de falcões, pretendendo-se, assim, uma reflecção sobre a arte em diferentes aspectos.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Não serão polícias os participantes que dançarem a capoeira esta quinta-feira, 23 de Agosto, na Capital Europeia da Cultura. São artistas com fardas de polícia, cuja actuação está inserida no projecto brasileiro "Tranza-Atlântica". O trabalho também inclui a exposição de uma torre construída com moedas de um cêntimo e a apresentação de imagens de Guimarães captadas durante voos de falcões, pretendendo-se, assim, uma reflecção sobre a arte em diferentes aspectos.
Com o objectivo base de fortalecer as ligações além-mar, a iniciativa "Tranza-Atlântica" faz parte do projecto "On Off", inserido na programação de Guimarães 2012. A iniciativa foi criada por artistas brasileiros que, adoptando o lema "fun at work" ("diversão no trabalho"), quiseram trazer um pouco da cultura do país de origem até à Capital Europeia da Cultura.
Assim, a capoeira é o elemento central do projecto "Tranza-Atlântica". Mas para a performance intitulada "Corpo das Secretas", os participantes vão despir as roupas brancas características desta dança e vestir os uniformes de polícia. Esta junção inesperada do artista Lourival Cuquinha pretende levar os espectadores a reflectir sobre a liberdade do indivíduo e da arte.
Após o espectáculo, que vai ter início às 17 horas desta quinta-feira, 23 de Agosto, no largo do Toural, o projecto "Tranza-Atlântica" prossegue na fábrica ASA com a exposição de uma "torre", também ela pouco comum. Seis mil moedas de um cêntimo são os tijolos que fazem esta "torre", construída com o propósito de ser uma provocação sobre o posição ocupada pela arte no contexto sócio-económico de hoje.
Guimarães pelos olhos de um falcão
Ainda inserida na iniciativa "Tranza-Atântica", está a projecção de imagens gravadas do ponto de vista dos falcões. Recentemente, algumas destas aves de rapina sobrevoaram os céus de Guimarães com câmaras adaptadas que filmaram a Capital Europeia da Cultura 2012. Esse olhar "panorâmico e vigilante dos falcões" será reproduzido com o objectivo de "abordar as questões ligadas às estruturas de monitorização, controlo e manutenção da ordem pública", pode ler-se em comunicado.
Assim, este trabalho, de Alexandre Vogler, vai ser apresentado na noite da inauguração do projecto brasileiro, em diversos monitores, remetendo para o mundo dos sistemas de vigilância.
Mas o "Tranza-Atântica" não fica por aqui. Quem quiser conhecer o processo de realização do projecto e o trabalho feito pelos artistas, poderá satisfazer a curiosidade esta quinta-feira, e até 31 de Outubro, assistindo à projecção de um vídeo que documenta a evolução do "Traza-Atlântica", também na fábrica ASA, em Guimarães.