Estados Unidos enfrentam um dos seus maiores surtos do vírus do Nilo
O número de infectados pelo vírus do Nilo – descoberto em 1937 no Uganda – aumentou mais de 60% desde a semana passada, tornando este surto num dos maiores já registados nos Estados Unidos.
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O número de infectados pelo vírus do Nilo – descoberto em 1937 no Uganda – aumentou mais de 60% desde a semana passada, tornando este surto num dos maiores já registados nos Estados Unidos.
Foram registados 1118 casos e 41 mortes este ano, sendo que 700 destes casos e 26 das mortes ocorreram na última semana, segundo dados divulgados quarta-feira pelos Centros para Controlo de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
“Estamos no meio de um dos maiores surtos de vírus do Nilo já vistos no Estados Unidos”, disse Lyle Petersen, um dos directores do CDC, em declarações à agência Reuters. O vírus foi identificado pela primeira vez nos Estados Unidos em 1999. Pior que esta situação, só a do ano de 2003, quando ocorreram 9862 casos e 264 mortes.
As vítimas manifestam sintomas como febre ou dores de cabeça, mas estes podem agravar-se até causar morte, especialmente nos grupos de risco – como idosos e crianças. Os CDC alertam que muitos cidadãos podem nem estar a recorrer aos serviços médicos, por banalizarem os sintomas. De qualquer forma, não existe nenhum tratamento específico para a infecção.
Mais de metade dos casos registados este ano são do Texas – onde já morreram 23 pessoas. A cidade de Dallas já declarou o estado de emergência médica e, tal como Illinois, foi pulverizada com insecticida para controlar os mosquitos que transmitem o vírus. A doença já foi detectada também noutros 47 estados. Só no Alaska, Hawaii e Vermont é que nenhum caso foi registado até agora.
Numa tentativa de conter o número de novas infecções, as autoridades do Texas pediram que a população use repelentes, permaneça em casa ao anoitecer e ao amanhecer, use roupa que proteja dos insectos e não deixe água parada que possa se transformar em berçário para os mosquitos.
Ainda não existem certezas do que provocou um surto desta dimensão este ano, mas Lyle Petersen aponta para causas relacionadas com as mudanças climáticas, pois o Inverno ameno e o Verão quente estão a influenciar a flutuação das migrações das aves – que transmitem o vírus aos mosquitos.