Robô Curiosity já está a rolar pela superfície de Marte

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As rodas do veículo já deixaram as suas marcas NASA

"Não podia ser mais importante. Nós construímos um rover e a não ser que ande, ele não poderia fazer nada”, disse Pete Theisinger. O cientista é um dos responsáveis pelo projecto do Curiosity e pertence ao Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, que fica em Pasadena, na Califórnia. Esta é uma boa notícia, depois de se saber que um dos sensores que lê a velocidade do vento do robô está estragado.

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"Não podia ser mais importante. Nós construímos um rover e a não ser que ande, ele não poderia fazer nada”, disse Pete Theisinger. O cientista é um dos responsáveis pelo projecto do Curiosity e pertence ao Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA, que fica em Pasadena, na Califórnia. Esta é uma boa notícia, depois de se saber que um dos sensores que lê a velocidade do vento do robô está estragado.

O robô de seis rodas caminhou 4,5 metros para a frente, curvou 120 graus e andou de retaguarda mais 2,5 metros — quatro das rodas do veículo conseguem andar para trás. Fez este trajecto em cinco minutos e ficou a seis metros de distância do início. Depois, passou dez minutos a tirar fotografias do seu percurso. E foi então que se percebeu que uma das rodas estava em cima de uma pedra de nove centímetros de altura quando o rover aterrou.

O robô está preparado para andar pelo menos 20 quilómetros durante a sua missão de dois anos terrestres. O principal objectivo da NASA é a base do monte Sharp, que está a poucos quilómetros. O monte, com 5,5 quilómetros de altura, tem sedimentos formado há milhões de anos, quando Marte era mais húmido. O Curiosity vai pesquisar a composição dessas camadas para tentar perceber se esse ambiente poderia conter vida.

Antes, o primeiro destino é uma região que a NASA chamou de Glenelg e fica a 400 metros a sudeste do Curiosity. As imagens de satélite mostram que ali há uma intersecção de três tipos de solo, que podem ser interessantes para o robô analisar com os seus instrumentos.

A NASA já divulgou os resultados daa primeiras análises feitas pela CheCam, o instrumento que usa um laser para medir rapidamente a composição de rochas. A primeira vítima foi a rocha N165 que a NASA chamou de Coroação. O Curiosity fez um zap! com o laser no domingo e enviou os resultados para a Terra sobre a química da rocha de sete centímetros. Para já, os dados indicam que é um basalto — um rocha vulcânica,

Nos próximos dias vão continuar os testes. Depois, o Curiosity vai sair do lugar onde aterrou e que já marca a história da exploração do planeta. A NASA decidiu dar ao local de aterragem o nome de Bradbury, o apelido de Ray Bradbury, o escritor norte-americano que morreu em 2012, depois de completar 92 anos, e marcou a literatura mundial com livros como Fahrenheit 451 ou As crónicas marcianas. “Muitos de nós e milhões de leitores foram inspirados pelas suas histórias onde sonhou com a possibilidade de haver vida em Marte”, disse Michael Meyer, da NASA.