Armindo Araújo diz que foi pressionado a declarar-se “doente e incapacitado”

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Armindo Araújo foi afastado do Mundial de ralis Foto: Francisco Leong/AFP

Uma situação que se verificou no início de Agosto, altura em que tinha marcada uma sessão de testes em Itália. “Durante os três dias que permaneci em Itália, lamentavelmente não fui autorizado a efectuar qualquer teste, mas sim pressionado a declarar-me doente e incapacitado para alinhar no Rali da Alemanha”, acusa Armindo Araújo, juntando uma cópia do e-mail que terá recebido da MSI.

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Uma situação que se verificou no início de Agosto, altura em que tinha marcada uma sessão de testes em Itália. “Durante os três dias que permaneci em Itália, lamentavelmente não fui autorizado a efectuar qualquer teste, mas sim pressionado a declarar-me doente e incapacitado para alinhar no Rali da Alemanha”, acusa Armindo Araújo, juntando uma cópia do e-mail que terá recebido da MSI.

A estrutura oferecia-lhe várias hipóteses para justificar o afastamento no comunicado que seria feito: uma lesão nas costas a andar de mota, dores nas costas após o Rali da Finlândia, ou a pressão sentida desde o início da temporada – um texto semelhante ao que seria utilizado pela MSI no comunicado da semana passada, em que tornava público o afastamento de Armindo Araújo.

O PÚBLICO contactou a Motorsport Itália, que declinou fazer quaisquer comentários. A MSI tinha invocado “diferenças irreconciliáveis entre as partes” para justificar o afastamento de Armindo Araújo, uma decisão que se teria baseado em “razões desportivas”.

“A partir do Rali do México, a terceira prova do calendário começou a surgir, por parte da MSI, uma tentativa de camuflagem dos problemas mecânicos e a clara ideia que apenas os pilotos Armindo Araújo e Paulo Nobre eram responsáveis pelos factos ocorridos durante as prova”, acrescenta o comunicado do piloto português.

Araújo refere também que, no dia 15 de Agosto (um dia antes do comunicado sobre o afastamento do piloto português e a sua substituição pelo australiano Chris Atkinson) a MSI o contactou a pedir “autorização para utilizar a licença desportiva do WRC Team Mini Portugal, propriedade da empresa Armindo Araújo Lda, com um outro piloto até ao final do ano”. Algo que o piloto de Santo Tirso não aceitou: “No dia seguinte, 16 de Agosto, a MSI informa-me que não correria mais pela equipa, ou qualquer outra do seu grupo, tanto no Rali da Alemanha como nas restantes provas do calendário até final do ano, sem qualquer explicação ou justificação.”

“Todos os patrocinadores foram postos ao corrente, todos apoiaram a decisão e colocaram-se do meu lado”, afirmou ao PÚBLICO o piloto português. O caso foi entregue por Armindo Araújo a uma equipa de advogados.