Inglaterra garante que não deixará sair Assange

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A decisão do Equador não deve ser usada para que Assange possa escapar a um processo legal, defendeu William Hague Sang Tan/AFP

O Reino Unido, adiantou Hague, está determinado em extraditar Assange para a Suécia, onde este foi acusado por duas mulheres de crimes de natureza sexual. “Não permitiremos a Assange uma passagem segura para fora do Reino Unido, nem há base legal para isso”, adiantou o chefe da diplomacia britânica durante uma conferência de imprensa em Londres.

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O Reino Unido, adiantou Hague, está determinado em extraditar Assange para a Suécia, onde este foi acusado por duas mulheres de crimes de natureza sexual. “Não permitiremos a Assange uma passagem segura para fora do Reino Unido, nem há base legal para isso”, adiantou o chefe da diplomacia britânica durante uma conferência de imprensa em Londres.

“O Reino Unido não reconhece o princípio do asilo diplomático”, adiantou. Para Hague, a decisão do Equador de dar asilo a Assange não deve ser usada para que este possa escapar a um processo legal.

A decisão do Equador foi ao encontro dos receios de Assange, que teme ser, depois da Suécia, extraditado para os Estados Unidos, onde poderá ser acusado de espionagem, uma vez que a WikiLeaks divulgou milhares de documentos diplomáticos e militares secretos, muitos deles relacionados com as guerras no Iraque e no Afeganistão.

Hague lamentou a decisão do Equador, que está a gerar um conflito diplomático entre os dois países, e considerou que esta “não muda os aspectos fundamentais do caso”.

Pouco antes o Foreign Office já tinha criticado a decisão do Equador. “Estamos desapontados pelo comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Equador de que ofereceu asilo político a Julian Assange. Com base na nossa legislação, e esgotadas todas as opções de recurso do sr. Assange, as autoridades britânicas estão sob a obrigação de extraditá-lo para a Suécia. E vamos cumprir essa obrigação. A decisão desta tarde do Governo equatoriano não altera nada”, afirmou um porta-voz do Foreign Office britânico.

“Continuamos empenhados em negociar uma solução que nos permita cumprir as nossas obrigações no âmbito do Tratado de Extradição”, continua o responsável do Ministério britânico dos Negócios Estrangeiros.

O Reino Unido invoca legislação de 1987, o "Diplomatic and Consular Premises Act", que enquadra e regula a gestão das instalações consulares e diplomáticas. O Reino Unido entende que, à luz desta lei, o Governo tem o poder de retirar o reconhecimento do estatuto diplomático atribuído a determinadas instalações. Porém, não é nada evidente que a partir daí se torne legítimo entrar com a polícia e deter alguém.

Assange, que entrou na embaixada do Equador em Londres e pediu asilo há quase dois meses, considerou “uma vitória” a decisão das autoridades de Quito. A embaixada do Equador em Londres está rodeada de polícias.