Quatro generais mexicanos acusados de ligação ao narcotráfico
As acusações foram confirmadas pelo Ministério da Justiça mexicano, e um dos militares envolvidos é o general agora aposentado Tomás Ángeles Dauahare, que foi subsecretário de Estado da Defesa entre 2006 e 2008. Também foram acusados os generais Ricardo Escorcia Vargas, já aposentado, Roberto Dawe González, ainda no activo, e Ruben Pérez Ramires, bem como o tenente-coronel já reformado Jesus Hernández Soto.
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As acusações foram confirmadas pelo Ministério da Justiça mexicano, e um dos militares envolvidos é o general agora aposentado Tomás Ángeles Dauahare, que foi subsecretário de Estado da Defesa entre 2006 e 2008. Também foram acusados os generais Ricardo Escorcia Vargas, já aposentado, Roberto Dawe González, ainda no activo, e Ruben Pérez Ramires, bem como o tenente-coronel já reformado Jesus Hernández Soto.
Todos os militares foram acusados por “crime organizado para promover o tráfico de droga”. Dauahare, González e Vargas já estavam detidos desde Maio, num regime de prisão domiciliária, e agora foi também emitido um mandado de detenção contra o general Pérez Ramires. Esta é a mais significativa detenção de militares de alta patente no México dos últimos 15 anos, depois de, em 1997, o general Jesus Gutierrez Rebollo ter sido detido e condenado por colaborar com o antigo barão da droga Amado Carrilo Fuentes.
Duas testemunhas que se encontram sob protecção, por terem tido ligações ao cartel da droga dos irmãos Beltrán Leyva, acusaram os militares de ligação ao narcotráfico, e a detenção, em plena campanha eleitoral, causou forte polémica no México e suscitou especulações sobre eventuais motivações políticas.
Vários órgãos de informação mexicanos referiram que as detenções poderão estar relacionadas com o descontentamento de um grupo de generais em relação à estratégia de guerra contra o narcotráfico do Presidente cessante Felipe Calderón (do Partido de Acção Nacional), sublinhou o El País. O ainda chefe de Estado, que abandonará o cargo em breve após as eleições que deram vitória ao candidato do Partido Revolucionário Institucional (PRI) Enrique Peña Nieto, mobilizou desde 2006 cerca de 50 mil militares para combater os cartéis da droga, mas a guerra ao narcotráfico fez aumentar a violência e já deixou cerca de 50 mil mortes.
Os advogados de defesa do general Dauahare, de 69 anos, consideraram que a sua detenção foi motivada por questões políticas, enquanto vários jornais mexicanos sublinharam que o antigo general participou, a 9 de Maio, num encontro sobre segurança organizado pelo PRI de Peña Nieto.
O general Dawe González chegou a liderar uma base militar no estado de Colima, considerado um importante centro na rota do tráfico de droga para Norte, enquanto Escorcia Vargas liderou até 2010 uma base militar no estado de Morelos, considerado “território” do cartel Beltrán Leyva.