Jazz em Agosto: improvisação, novos talentos e músicos de peso
Já são 29 edições. O festival Jazz em Agosto já tem um carimbo de qualidade e chega a Lisboa entre os dias 3 e 12.
O jazz reúne públicos de várias idades, tem temas de controvérsia, como qualquer outro tipo de música, mas é, simultaneamente, o estilo de música que "melhor consegue a co-habitação entre gerações". Quem o diz é Rui Neves, o director artístico do festival Jazz em Agosto.
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O jazz reúne públicos de várias idades, tem temas de controvérsia, como qualquer outro tipo de música, mas é, simultaneamente, o estilo de música que "melhor consegue a co-habitação entre gerações". Quem o diz é Rui Neves, o director artístico do festival Jazz em Agosto.
Na 29.ª edição, o Jazz em Agosto acontece - como o próprio nome indica - entre os dias 3 e 12, no anfiteatro ao ar livre da Fundação Calouste Gulbenkian e no Teatro do Bairro, em Lisboa. E, a semelhança do que tem acontecido nas edições anteriores, o festival apresenta vários espectáculos de música, quatro filmes e uma conferência.
Sobre a programação, "que vai desde músicos mais antigos à nova geração do jazz", Rui Neves destaca Sunny Murray Trio, o lendário músico americano que se apresenta agora acompanhado pelos britânicos John Edwards (no contrabaixo) e Tony Bevan (no saxofone tenor).
Fala também do duo Marilyn Crispell (no piano) e Gerry Hemingway (na percussão), improvisadores-natos, que vão apresentar um espectáculo com poderosas explosões num percurso musical quase que labiríntico.
O director artístico do Jazz em Agosto destaca, também, o trioVD, em que os jovens britânicos apresentam uma conexão entre o "avant-funk", o jaz" e o rock. Na linha dos trios, ainda os Das Kapital ispirados pelo compositor "romântico" Hanns Eisler (discípulo de Shonberg) vão tocar múltiplos estilos e com um toque de humor.
No panorama dos músicos portugueses, Rui Neves salienta o quinteto Nuova Camerata, no qual participam Carlos Zíngaro (violinista) e Pedro Carneiro (percussionista). Um grupo que irá apresentar música de câmara improvisada. Na parte dos dj's, "que não são para fazer dançar", isto é, são mais experimentais, surge o português Marcos Farrajota (aka MMMNNNRRRG) que é também autor de BD alternativa.
Ainda no caminho dos gira-discos, eRikm improvisa e cria música com apenas um prato na mesa de mistura.
Sobre os filmes que vão ser apresentados, "Sunny's time now", de Antoine Prum, vai ser exibido no dia 4 de Agosto, uma sessão apropriada, pois o músico também estará no festival. "Soldier of the road - Peter Brotzmann" é da autoria de Bernard Josse e Gérard Rouy e vai exibido no dia seguinte.
Alan Roth é o realizador do filme "Inside out in the open", que será exibido no dia 10 de Agosto. O último filme do Jazz em Agosto será a exibido a 11: "City of the winds", do realizador Gilles Corre.
Ao longo de quase 30 anos de Jazz em Agosto, o festival "já tem um público construído", observa Rui Neves. No entanto, "há dez anos as coisas mudaram um pouco, sendo que o público do festival tem sido cada vez mais internacional". Mas a postura mantem-se: "Temos sempre um retrato fiel das tendências inovadores e diferentes do jazz, sempre com um carimbo de qualidade", sendo que "os músicos que cá trazemos já fazem parte da história; aparecem em enciclopédias e livros".