Índia proibe turismo nas reservas onde existem tigres
O turismo em mais de 40 reservas de tigres do país foi proibido com o objectivo de proteger esta espécie, mas pode significar uma diminuição das receitas no sector
O Supremo Tribunal da Índia proibiu o turismo em mais de 40 reservas de tigres do país. A medida pretende proteger esta espécie, mas pode significar uma diminuição das receitas no sector. O tribunal advertiu que os estados que não cumpram a imposição serão punidos com o pagamento de multas.
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O Supremo Tribunal da Índia proibiu o turismo em mais de 40 reservas de tigres do país. A medida pretende proteger esta espécie, mas pode significar uma diminuição das receitas no sector. O tribunal advertiu que os estados que não cumpram a imposição serão punidos com o pagamento de multas.
Segundo o advogado da National Tiger Conservation Authority, Wasim Kadri, citado pelo jornal britânico "The Telegraph", a medida implica igualmente que as reservas possuam zonas-tampão, ou seja, áreas marginais em redor do "habitat" dos tigres, até uma distância de 10km.
Estima-se que a população mundial de tigres seja de 3.200 animais, mais de 50% dos quais habita na Índia. Desde 1970 que a maioria dos animais vive em reservas naturais. Segundo os censos de 2011, contavam-se 1.700 tigres, um número que, na Índia, há cem anos, rondava os 100 mil animais.
O tribunal declarou que a medida é temporária e que a decisão final aguarda a resolução do caso da Conservationist Ajay Dube, uma instituição que luta pela conservação da vida selvagem, que solicitou que todas as actividades comerciais fossem banidas das reservas de tigres.
A mesma instituição denunciou que as autoridades de vários estados indianos permitiram a construção de hotéis e "resorts" nas áreas protegidas. Segundo a BBC, em Abril, o tribunal aplicou multas no valor de 10.000 rupias (aproximadamente 147 euros) a seis estados que não estabeleceram zonas-tampão.
Neste país asiático, milhares de hotéis e lojas são construídos dentro de reservas de tigres, com vista a proporcionar aos visitantes um contacto directo com a vida selvagem. A medida do Supremo Tribunal gerou protestos por parte das agências de viagens que consideram que o fim do turismo nestas zonas vai contribuir para o aumento do tráfico ilegal dos animais, pois os caçadores já não se sentirão ameaçados pela presença dos turistas.
“A maior densidade de tigres pode ser encontrada actualmente nas reservas mais visitadas”, referiram, em comunicado, os responsáveis da Travel Operators for Tigres, citados pelo "The Telagraph". Centenas de turistas que já tinham reservado quartos em hotéis construídos nos "habitats" dos tigres vão ter de procurar alojamento fora das reservas.