Podem acusar o Boom Festival de tudo, menos de não ser ecológico

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A fito-etar do Boom tem personalidade Miguel Manso

A criação de uma consciência ambiental tem sido, ao longo das várias edições, uma das fortes premissas do Boom. E este ano, além de não ser excepção, torna-se mais ambicioso ao apresentar o projecto Boom Off the Grid, que tem como objectivo tornar, a curto prazo, a herdade auto-sustentável.
O exemplo é dado já durante o festival com duas das principais áreas - Healing Area e Sacred Fire - a apoiarem-se apenas em energias renováveis, seja através da utilização de painéis solares fotovoltaicos ou do reaproveitamento de óleo usado para alimentar geradores. As restantes áreas continuarão a receber o apoio das estações solares térmicas e eólicas existentes na Herdade desde 2008.

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A criação de uma consciência ambiental tem sido, ao longo das várias edições, uma das fortes premissas do Boom. E este ano, além de não ser excepção, torna-se mais ambicioso ao apresentar o projecto Boom Off the Grid, que tem como objectivo tornar, a curto prazo, a herdade auto-sustentável.
O exemplo é dado já durante o festival com duas das principais áreas - Healing Area e Sacred Fire - a apoiarem-se apenas em energias renováveis, seja através da utilização de painéis solares fotovoltaicos ou do reaproveitamento de óleo usado para alimentar geradores. As restantes áreas continuarão a receber o apoio das estações solares térmicas e eólicas existentes na Herdade desde 2008.

Contudo, esta é só uma das muitas facetas “verdes” do Boom. Existem, pequenas quintas de permacultura, que após mês e meio de terem sido plantadas, já estão bem diferenciadas da paisagem.

Uma fito-etar - estação de tratamento de águas residuais que através de uma vegetação específica, consegue purificar as águas – já construída em 2008, assegura que quase 100% das águas sejam reaproveitadas.

E não esquecer as 200 casas banho de compostagem, em que todos os resíduos produzidos podem ser depois utilizados para adubarem os terrenos. “Trata-se de casas de banho iguais às usadas em outros festivais de verão, mas neste caso sem danos para o ambiente. São construídas com materiais reutilizáveis e não necessitam de químicos no tratamento das fezes”, disse André Santos, responsável pelos projectos de sustentabilidade do Boom Festival.

“Por vezes, acho que as pessoas têm medo destas casas de banho. Chamo a isso fecofobia. No entanto, outros festivais europeus estão interessados em replicar este tipo de casas de banho”, acrescentou.

Alguns dos espaços do festival aproveitam ainda materiais do Rock in Rio. Já em 2010, isto tinha acontecido. Uma equipa de trabalhadores do Boom, coopera na desmontagem do Rock in Rio e em troca, os materiais que iriam para o lixo, são utilizados nas construções do Boom.

Em 2008 e 2010, o Boom foi galardoado com o Greener Festival Award Outstanding. Em 2010, acumulou ainda o prémio Green'n'Clean Festival of the Year nos European Festival Award, além de ter sido convidado pela ONU para fazer parte da United Nations Environmental and Music Stakeholder Initiative, projecto com vista a promover a consciência ambiental junto do grande público.